Durante o Fórum Mundial da Água, realizado em março de 2022, o relatório das agências das Nações Unidas para a Saúde trouxe um dado alarmante: se a tendência actual se mantiver, muito poucos estados-membros da União Africana conseguirão alcançar o acesso universal à água potável, ao saneamento gerido com segurança ou a serviços básicos de higiene até 2030.
De acordo com o levantamento, 418 milhões de africanos ainda não têm sequer acesso a um serviço básico de água potável, 778 milhões não têm saneamento básico e 839 milhões não têm serviços básicos de higiene.
O cenário nas principais capitais africanas é o seguinte:
ÁFRICA DO SUL (PRETÓRIA)
– Acesso a saneamento básico: 84%
Fonte: Relatório do Programa Conjunto de Monitoramento da OMS/UNICEF para Água e Saneamento (JMP) de 2020.
NAMÍBIA (WINDHOEK)
– Acesso a saneamento básico: 68%
Fonte: Relatório de Progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2020 da ONU.
MOÇAMBIQUE (MAPUTO)
– População urbana com acesso a saneamento básico: 29%
Fonte: Relatório de Monitoramento de Água, Saneamento e Higiene (WASH) de Moçambique de 2020, publicado pela UNICEF.
CONGO (KINSHASA)
– Acesso a saneamento básico em áreas urbanas: 28%
Fonte: Relatório de Monitoramento Global da OMS/UNICEF sobre Água, Saneamento e Higiene (WASHDATA), 2020.
NIGÉRIA (CAPITAL: ABUJA, LAGOS EX-CAPITAL)
20% da população urbana da Nigéria tinha acesso a saneamento básico.
Segundo a OMS/UNICEF, em 2020
SENEGAL (CAPITAL: DACAR)
60% da população urbana do Senegal tinha acesso a saneamento básico.
De acordo com o Banco Mundial, em 2020
Angola em 18º lugar na África Subsaariana
Conforme o relatório “Progress on household drinking water, sanitation and hygiene 2000-2020: Five years into the SDGs”, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e UNICEF, o índice médio de acesso a saneamento básico na África em 2020 era de 32%. E a situação dos países mencionados em relação ao saneamento básico é a seguinte:
- Angola:
– Acesso a saneamento básico: 59%
– Ranking: 18º lugar na África Subsaariana
- África do Sul:
– Acesso a saneamento básico: 84%
– Ranking: 7º lugar na África Subsaariana
- Namíbia:
– Acesso a saneamento básico: 68%
– Ranking: 15º lugar na África Subsaariana
- Moçambique:
– Acesso a saneamento básico: 29%
– Ranking: 34º lugar na África Subsaariana
- Congo:
– Acesso a saneamento básico: 19%
– Ranking: 41º lugar na África Subsaariana
- Senegal:
– Acesso a saneamento básico: 54%
– Ranking: 22º lugar na África Subsaariana
- Nigéria:
– Acesso a saneamento básico: 33%
– Ranking: 31º lugar na África Subsaariana
Para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotados pelas Nações Unidas em setembro de 2015 e a serem atingidos até 2030, a África tem de multiplicar por 12 a sua taxa actual de progresso no acesso à água potável, multiplicar por 20 o saneamento e por 42 o acesso a serviços de higiene básicos.
O relatório aponta que existem grandes desigualdades dentro de cada país, sobretudo entre zonas rurais e urbanas, entre regiões e entre os mais ricos e os mais pobres. Nas zonas rurais, quatro em cada cinco pessoas não têm acesso à água potável gerida com segurança, três em cada quatro não têm saneamento seguro e sete em cada dez não têm serviços básicos de higiene seguros.