Agricultores familiares e camponeses individuais, que respondem por até 90% do que é produzido no país, cultivam o que comem em pequenas áreas, com métodos rudimentares e de baixa produtividade, muitas vezes sem luz elétrica nem equipamentos mecanizados. Os principais produtos produzidos são o milho, feijão, mandioca, amendoim e batata doce.
Já os produtores empresariais nacionais, que possuem áreas entre 100 e 2000 hectares, têm conseguido, com o apoio de consultorias internacionais, melhor gestão técnica.
As empresas agrícolas de grande escala, que possuem áreas com mais de 550 hectares cultivados, conseguem uma produtividade acima da média, com gestão especializada, insumos e equipamentos importados do exterior.
Todo o ambiente do agronegócio actua com deficiências de factores de produção básicos, como sementes, insecticidas, adubos e fertilizantes. Deficiências também em infraestruturas, como fornecimento de eletricidade, estradas, pontes e irrigação.
Sem infraestruturas que possam gerar empregos
Falta igualmente logística para escoar a produção para os principais mercados e uma indústria robusta de processamento alimentar, além de exibir deficiências no acesso tecnológico e de capital, bem como entraves burocráticos significativos.
Neste cenário, há pouco incentivo para que a força de trabalho angolana regresse às zonas rurais, sobretudo os jovens, fortemente atingidos pelo nível altíssimo de desemprego no país, em torno de 50%.
O emprego dessa força de trabalho no sector é apontado como um grande desafio para o país, na medida em que a devastação do sector nos anos de guerra interrompeu a transmissão do conhecimento agrícola entre gerações.
O desemprego é tido como um dos mais graves e importantes problemas políticos e econômicos de Angola, e a maior fonte de descontentamento social.