Lobito – Uma delegação da União Europeia trabalhou esta sexta-feira na província de Benguela, para identificar áreas do Corredor do Lobito que podem promover o crescimento económico e a criação de emprego para os jovens.
A comitiva, vinda de Bruxelas (Bélgica), é chefiada por Sylvie Millot, encarregada para os assuntos da África Austral e do oceano Índico.
Sylvie Millot disse aos jornalistas que teve um diálogo muito aberto e alinhado com o governador Manuel Nunes Júnior.
“Nós vemos o Corredor do Lobito não apenas como transporte, mas como um espaço económico para toda a região”, afirmou.
Deu a conhecer que a UE tem a agricultura como um dos pilares mais importantes da sua intervenção, seguindo-se a energia e a formação profissional, para a nova dinâmica empresarial que está a começar a surgir na região.
Lembrou que, nesta sexta-feira, foram assinadas em França, no âmbito da visita de dois dias do Presidente João Lourenço àquele país europeu, três importantes convenções financeiras no valor de 76 milhões de euros.
“Uma das áreas é a formação profissional, outra é a facilitação do comércio e investimentos e uma terceira que é sobre a protecção ambiental e da biodiversidade”, escalareceu.
Segundo ela, são três projectos muito importantes para a província de Benguela e para o Corredor em geral.
Já na visita ao Porto do Lobito, recebeu informações, através de um video institucional e de uma vista panorâmica à Baía de águas profundas e calmas, onde está implantado o Porto Comercial do Lobito.
Ali, a delegação teve a oportunidade de ver as infra-estruturas e equipamentos, podendo avaliar a sua capacidade operacional.
Na ocasião, o Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, afirmou que o processo de modernização em curso naquela infra-estrutura tem tudo para colocá-la como referência internacional.
“O Porto está a dar mostras de ser um gigante em busca de afirmação no contexto internacional”, disse.
Manifestou o desejo de poder contar com o apoio da UE, no âmbito da cooperação com o Estado angolano e da busca de parcerias com os grandes portos europeus, na transmissão de conhecimentos necessários para melhorarem o desempenho do Porto do Lobito, sobretudo no âmbito do Corredor.
Entre outros assuntos, Celso Rosas aproveitou a oportunidade para informar sobre a necessidade de formação dos seus quadros no que diz respeito à língua inglesa, uma vez que se trata de um idioma de trabalho a nível mundial.
A diplomata europeia respondeu prontamente que esta preocupação está inserida no quadro da formação profissional.
Após a visita, a chefe da delegação manifestou a sua satisfação, afirmando que aquela infra-estrutura está qualificada e oferece grandes oportunidades para negócios.
“Fizemos questão de voltar muitas vezes à província para constatar o desenvolvimento da região do Corredor do Lobito”, considerou.
O Porto do Lobito é uma das principais componentes do Corredor do Lobito, devido à conexão que estabelece com o mercado mundial, no qual assegura uma elevada percentagem do volume do comércio internacional de toda a sub-região.
A outra componente é o Caminho de Ferro de Benguela, com uma linha férrea de 1.344 quilómetros que atravessa cinco províncias, nomeadamente Benguela, Huambo, Bié, Moxico e Moxico Leste, chegando até a fronteira (Luau) com a República Democrática do Congo.
Através do CFB, os países vizinhos, nomeadamente a RDC e a Zâmbia, podem transportar os seus recursos minerais, cujo transporte é mais curto e menos oneroso em relação a outros Corredores como o de Dar-es-Salam, Tanzânia, e o de Cape Town, África do Sul.
ANGOP