Ruanda e RDCongo: PR angolano diz que pacificação só é possível com empenho

Luanda, (Lusa) – O Presidente angolano exortou hoje os homólogos da República Democrática do Congo (RDCongo) e do Ruanda a empenharem-se no processo de pacificação da região.

Numa nota divulgada pelos serviços de imprensa do Presidente angolano, destaca-se que João Lourenço prosseguiu as diligências diplomáticas, depois de se ter reunido na quarta-feira em Luanda com o homólogo de RDCongo, Félix Tshisekedi, tendo falado hoje ao telefone com os chefes de Estado do Ruanda, Paul Kagame, e de França, Emmanuel Macron.

O foco do mediador designado pela União Africana “consistiu no apelo veemente” a que se preservem os ganhos já alcançados no quadro do Processo de Luanda, nomeadamente o cessar-fogo, a Neutralização das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR) e o Desengajamento de Forças/Levantamento das Medidas de Segurança adotadas pelo Ruanda, isto é, a retirada das Forças de Defesa do Ruanda do território da RDCongo.

Na nota de imprensa realça-se que, “não obstante os esforços da mediação, só a boa vontade e o comprometimento das partes (…) permitirão o avanço do processo de pacificação no leste da RDCongo, o que não tem sido observado”, acrescentando que as diligências para reaproximar as partes, desanuviar as tensões e restabelecer a paz vão prosseguir.

A guerra opõe o movimento rebelde M23, apoiado pelo Ruanda, ao exército governamental. Os rebeldes estão a ganhar terreno no leste da RDCongo, onde se registaram numerosos surtos de doenças contagiosas e uma enorme escassez de ajuda por parte da comunidade humanitária, que considera a situação muito difícil.

O M23 tomou o controlo de uma grande parte de Goma, capital da província do Kivu Norte, no início da semana, e está a avançar para o Kivu Sul, tendo os seus líderes proclamado hoje ser sua intenção de continuar a avançar até Kinshasa.

“Estamos em Goma para ficar”, disse o chefe da plataforma político-militar a que pertence o M23, Corneille Nangaa, numa conferência de imprensa em Goma, hoje, na qual garantiu: “vamos continuar a marcha de libertação até Kinshasa”.

RCR // JMC

Lusa/Fim

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