Maputo, (Lusa) – As autoridades de saúde de Nampula, no Norte de Moçambique, admitiram hoje que mitos e desinformação comprometem a meta de vacinação contra a cólera no distrito de Mogovolas, entre os mais afetados naquela província do norte de Moçambique.
As autoridades pretendiam atingir 197.999 pessoas durante a campanha de vacinação contra cólera, mas acabaram vacinando 169.865, o que corresponde a 85,8%, afirmou à Lusa Samuel Carlos, Representante do Serviço Provincial de Saúde em Nampula.
Devido a onda de desinformação, com as comunidades a acusarem os técnicos de saúde no terreno de estarem a propagar a doença, populares do centro de Saúde de Mogovolas, destruinram o Centro de Tratamento da Cólera, bem como bloco operatório do parceiro estratégico do governo, a Médicos Sem Fronteira.
“Infelizmente não conseguimos vacinar todos (…) mas para nós este resultado foi encorajador, porque prevíamos uma certa resistência. Com ajuda da força militar foi possível prosseguir com a campanha”, acrescentou.
Trata-se de uma campanha levada a cabo num distrito que conta com uma população estimada em 457 mil habitantes e a campanha decorreu entre 06 e 10 de janeiro, incidindo em pelo menos três pontos considerados críticos, nomeadamente Nametil-7, Matua, Nanhupo-Rio.
Dados partilhados pelo Ministério da Saúde no sábado, indicam que entre outubro e janeiro foram reportados 302 casos de cólera na província de Nampula, com um total de 29 óbitos.
O último relatório sobre a progressão da doença no país, referente ao período de outubro de 2023 a julho de 2024, indicava um total de 16.506 infetados, com uma taxa de letalidade de 0,2%, em todo o país.
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