Maputo, (Lusa) – O ministro do Interior de Moçambique exigiu hoje à polícia moçambicana o fim da “desordem pública”, apelando às pessoas para que se distanciem de “manifestações violentas”.
“A palavra de ordem é acabar coma desordem pública. Não podemos normalizar o anormal”, declarou Paulo Chachine, citado pela emissora pública Rádio Moçambique.
Em causa está o clima de forte agitação social que se instalou nos últimos meses em Moçambique, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro que deram vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer de forma independente em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
Para ministro do Interior, as “manifestações violentas”, que inclui a vandalização de infraestruturas, colocam em causa os “progressos e a estabilidade política” em Moçambique.
“Quero aproveitar para condenar tais atos violentos (…) pelo que apelo a todos atores da sociedade a distanciarem-se dos mesmos por sere contrários ao ordenamento jurídico do país”, acrescentou.
Desde outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.
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