Putin está empenhado em negociação de paz na Ucrânia

MOSCOU (Reuters) – O Kremlin disse na terça-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, está falando sério sobre a negociação de um acordo de paz para acabar com a guerra na Ucrânia, enquanto as conversas de alto nível começaram na Arábia Saudita, e que a Rússia preferiria alcançar todos os seus objetivos pacificamente.

Putin enviou o Exército russo para a Ucrânia em 2022. Ele tem dito repetidamente que está pronto para discutir negociação de paz na Ucrânia e um fim para a guerra que reflita a realidade no terreno, onde o avanço das forças russas agora controla quase um quinto do território ucraniano.

A inteligência ocidental, os líderes europeus e o ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden têm afirmado que não acreditam que Putin realmente queira a paz, embora o presidente dos EUA, Donald Trump, diga que acha que Putin está falando sério.

“O presidente Putin tem repetido suas palavras sobre sua disposição para as negociações de paz desde o início”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.

“O principal para nós é atingir nossos objetivos. E, é claro, preferimos meios pacíficos para atingir nossos objetivos.”

Peskov afirmou que ainda não houve entendimento sobre uma data para uma reunião entre Putin e Trump, embora as conversas em Riad possam trazer clareza. Segundo ele, é impossível dar uma ideia das conversações, pois elas acabaram de começar.

Perguntado se Putin estava disposto a negociar especificamente com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, Peskov disse que Putin havia dito repetidamente que sim.

Mas ele também declarou que qualquer acordo teria que levar em conta um possível desafio à legitimidade de Zelenskiy, uma referência ao fato de que Zelenskiy permaneceu no cargo além do final de seu mandato normal porque a Ucrânia está sob lei marcial.

Peskov disse que a adesão à União Europeia é um direito soberano da Ucrânia, se assim o desejar, mas que a posição de Moscou é diferente quando se trata de aderir a alianças militares.

Moscou afirmou que um dos objetivos do que chama de “operação militar especial” é evitar qualquer perspectiva de adesão da Ucrânia à aliança de defesa transatlântica da Otan, o que seria considerada uma ameaça à segurança da Rússia.

(Reportagem de Anastasiya Lyrchikova)

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