Luanda – Angola apresentou, segunda-feira, na ONU, em Nova Iorque, a estratégia de Combate aos efeitos da seca e gestão das águas na parte sul do país, que beneficiará uma população estimada em 3,5 milhões de habitantes.
Falando na sessão preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre a Água, o representante permanente de Angola nas Nações Unidas, Francisco José da Cruz, referiu que a estratégia da gestão das águas vai igualmente permitir o desenvolvimento de infra-estruturas para fornecer água às áreas e populações mais afectadas por secas severas.
O diplomata apresentou como resultado dessas acções, o Canal do Cafu, que consiste num sistema de captação e transferência de água do Rio Cunene para várias cidades, através de uma conduta de 160 km de extensão.
Este projecto, disse, está a beneficiar 235 mil habitantes e a irrigar cinco mil hectares de campos agrícolas
Observou que a rápida urbanização, a desertificação e as mudanças climáticas sobrecarregaram ainda mais os recursos hídricos nacionais.
Referiu que a seca tem flagelado, particularmente, as províncias do Cunene, Namibe, Cuando e Cubango, afectando mais de 2,3 milhões de pessoas.
Para reverter este quadro, enalteceu a parceria com actores internacionais que tem permitido avançar na gestão e sustentabilidade da água para as gerações presentes e futuras, através de algumas medidas decisivas, tais como a expansão dos programas de acesso à água nas zonas rurais.
Destacou quatro pontos fundamentais que têm o potencial de acelerar a conservação e o uso sustentável da água, com realce para o aumento o financiamento concessional e a Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD) para projectos de água.
Considerou, igualmente, relevante apoiar as iniciativas de transferência de tecnologia e capacitação, fortalecer a cooperação transfronteiriça em matéria de água para garantir acesso equitativo a recursos hídricos compartilhados e expandir o envolvimento do sector privado em projectos de infraestrutura hídrica.
Para o embaixador, melhorar o acesso à água promoverá o crescimento económico, aumentará a segurança alimentar e reduzirá a carga de doenças, rumo ao desenvolvimento mais sustentável e inclusivo.
Reafirmou que Angola continua comprometida com o ponto dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e alinha as suas estratégias de gestão hídrica com a Agenda 2063 da União Africana e a Década Internacional de Acção “Água para o Desenvolvimento Sustentável” (2018-2028).
A Conferência das Nações Unidas sobre a Água terá lugar de 2 a 4 de Dezembro de 2026, nos Emirados Árabes Unidos.
O evento co-organizado pelos Emirados Árabes Unidos e o Senegal visa acelerar a implementação do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6: “Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do saneamento para todos”.
ANGOP