China anuncia tarifas sobre produtos agrícolas do Canadá

Pequim, (Lusa) – Pequim anunciou hoje a imposição de direitos aduaneiros adicionais sobre vários produtos agrícolas canadianos, incluindo 100% de tarifas sobre o óleo de colza, em retaliação à imposição por Otava em 2024 de impostos sobre os veículos elétricos produzidos na China.

Na prática, a medida das novas tarifas anunciadas pela China visa sobretudo a “canola”, uma planta desenvolvida no Canadá, aparentada com a colza e utilizada, nomeadamente, para produzir óleo alimentar e rações para animais.

O país norte-americano é um dos principais produtores mundiais e a China é um dos seus principais clientes.

No ano passado, o Canadá anunciou a imposição de direitos aduaneiros adicionais sobre determinados produtos fabricados na China: 100% sobre os veículos elétricos e 25% sobre os produtos de aço e alumínio.

Pequim prometeu reagir, mas, na altura, manifestou a sua firme oposição a estas medidas, considerando-as protecionistas.

Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês declarou hoje que um inquérito antidiscriminação lançado a 26 de setembro tinha concluiu que os impostos canadianos “prejudicavam” as empresas chinesas e “afetavam a ordem normal do comércio”, o que levou a China a retaliar.

“Serão aplicados direitos aduaneiros adicionais de 100% ao óleo de colza, ao bagaço de oleaginosas e às ervilhas”, afirmou a Comissão da Pauta Aduaneira do Governo chinês numa declaração separada.

Será igualmente imposta uma sobretaxa de 25% aos produtos aquáticos e à carne de porco.

Estes direitos aduaneiros entrarão em vigor em 20 de março.

“As medidas canadianas constituem uma violação grave das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), são claramente protecionistas e discriminam a China”, declarou a comissão.

“A China insta o Canadá a corrigir imediatamente as suas más práticas, a levantar as suas medidas restritivas e a eliminar os seus efeitos negativos”, sublinhou o Ministério do Comércio no comunicado de imprensa.

As sobretaxas canadianas aplicam-se a automóveis produzidos na China, camiões, autocarros, carrinhas de distribuição elétricas e certos modelos híbridos.

“A China não joga com as mesmas regras que os outros países”, afirmou o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau para justificar as medidas anunciadas no final de agosto.

As relações entre Otava e Pequim estão em conflito há vários anos, nomeadamente desde a crise da Huawei e a detenção, em 2018, de Meng Wanzhou, diretora financeira do grupo chinês, seguida da prisão na China de dois canadianos.

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Lusa/Fim

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