Lobito – O consórcio Africa Global Logistics (AGL) movimentou, em dez meses de operações, em 2024, vinte e dois mil contentores, contra os dezasseis mil registados no ano anterior, soube esta terça-feira a ANGOP.
Essa informação foi avançada pelo representante da AGL, David Reekmans, quando fazia o balanço das actividades do consórcio, no quadro do Corredor do Lobito.
Segundo o responsável, os números equivalem a um aumento acima de 30 por cento nas operações, no primeiro ano de exploração do terminal polivalente daquela empresa portuária.
“Temos estado a negociar com algumas linhas marítimas para trabalharem connosco permanentemente e isso deu maior conforto e disposição aos nossos clientes”, esclareceu.
Disse ser um pequeno exemplo de que o crescimento não está ligado apenas ao factor comercial, mas também às operações.
Segundo David Reekmans, no ano passado a AGL conseguiu recuperar 2.500 contentores de granito, que antes iam para o Porto do Namibe.
Os empresários do Namibe começaram a mobilizar os seus contentores para o Porto do Lobito, depois de constatarem a eficiência operacional do consórcio.
Lembrou, no entanto, que para conseguir exportações é preciso ter contentores vazios.
Por outro lado, referiu que o investimento no capital humano é um factor imprescindível para se alcançar os objectivos.
“Em 2024, no dia da inauguração do terminal, o presidente da AGL, Philippe Labon, assumiu o compromisso junto ao ministro angolano dos Transportes, Ricardo D’Abreu, de investir mais de quatro milhões de dólares em cinco anos, em formação e nos Recursos Humanos”, informou.
Neste sentido, a prioridade recaiu para questões de segurança, tanto que, em um ano, não houve qualquer acidente de trabalho com relevância, segundo o responsável.
“E tudo isso foi possível graças à colaboração de 726 trabalhadores, transferidos do Porto do Lobito, que foram capazes de dar seguimento às operações”, explicou.
David Reekmans fez saber que, quanto mais eficiente for o Porto, mais ele atrai novas linhas marítimas para aumentar as operações.
O responsável enfatizou que, para uma boa produtividade, há necessidade de se colocar os equipamentos à disposição dos trabalhadores. Assim, a AGL investiu no Terminal do Lobito quatro milhões de dólares em vários equipamentos ligados as operações portuárias.
“Tivemos um ano positivo em termos de relações com os nossos clientes e com as linhas marítimas”, afirmou.
Em relação as provisões para 2025, revelou que o consórcio tem um plano ambicioso no sentido de duplicar o volume de contentores.
A mercadoria recebida era 100 por cento ligada ao mercado nacional, tal como bens alimentares e de consumo directo. “O Terminal do Lobito deseja ter mais diversificação da mercadoria”, disse.
“Por isso trabalhamos sobre a nossa competitividade, porque os nossos concorrentes directos são os outros portos de Angola”, afirmou.
Na sua opinião, o Corredor do Lobito é o mais rápido e o mais económico de África, uma vez que são 1.400 quilómetros percorridos em 48 horas, mas o grande problema é o país vizinho, a República Democrática do Congo, devido à falta de segurança em cerca de 400 quilómetros.
“Acreditamos que, com os diferentes projectos americanos em curso, haverá uma solução”, disse.
A AGL opera o terminal polivalente (carga geral e contentorizada) do Porto do Lobito desde o dia 4 de Março de 2024 e vai completar um ano de operações, dentro de poucas semanas.
ANGOP