Acordo entre Kinshasa e Kigali é “passo na direção certa”

Kinshasa, (Lusa) – O Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, disse hoje que o acordo alcançado entre Kinshasa e Kigali, para resolver o conflito no leste do seu país, é “um passo na direção certa”.

“É uma declaração de princípios, é um passo na direção certa, a direção que sempre quis dar ao meu país”, afirmou Tshisekedi em Kinshasa sobre acordo com Kigali, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que se encontra em visita oficial ao país.

Tshisekedi acrescentou que assumiu um compromisso com o seu povo, que pretende manter: “Vou restabelecer uma paz verdadeira e duradoura. Depois do que estão a ver, não haverá mais instabilidade na República Democrática do Congo. Este é o meu voto e o meu juramento”.

O Presidente democrático-congolês absteve-se, no entanto, de entrar em pormenores, acrescentando: “Não direi mais nada, como compreenderão, porque, obviamente, respeito as iniciativas dos nossos parceiros. Espero vê-los no dia em que esta paz se tornar uma realidade”.

Tshisekedi fez estas declarações após o acordo entre o Ruanda e a RDCongo alcançado na passada sexta-feira em Washington, sob os auspícios dos Estados Unidos da América (EUA), para iniciar negociações com vista a resolver o conflito com o Movimento rebelde 23 de março (M23), que está a combater e a ocupar áreas no leste do seu país com o apoio do Ruanda.

O acordo alcançado em Washington foi assinado depois de o Governo democrático-congolês e o M23 terem emitido um comunicado conjunto na quarta-feira, dia 23, concordando em trabalhar para uma “trégua”, na sequência de conversações realizadas em Doha nas últimas semanas sob os auspícios do Qatar.

Os participantes concordaram com uma “declaração de princípios” na qual se comprometeram a coordenar-se para produzir um projeto inicial de acordo de paz para análise mútua até sexta-feira, 02 de maio.

O conflito agravou-se no final de janeiro, quando o M23 tomou Goma, capital da província de Kivu do Norte, e ocupou Bukavu, capital da província vizinha de Kivu do Sul, em fevereiro.

As duas províncias fazem fronteira com o Ruanda e são ricas em minerais como o ouro e o coltan, essenciais para a indústria tecnológica e para o fabrico de telemóveis.

De acordo com a ONU, desde a escalada do conflito, cerca de 1,2 milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar as suas áreas de residência nas duas províncias.

A atividade armada do M23, um grupo constituído principalmente por tutsis vítimas do genocídio no Ruanda, recomeçou no Kivu do Norte em novembro de 2021 com ataques relâmpagos contra o exército governamental.

O leste da RDCongo está mergulhado em conflitos desde 1998, alimentados por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU (Monusco).

EL // MLL

Lusa/Fim

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