Lubango – Cinquenta e nove milhões, 483 mil 378 euros estão a ser investidos pelo Executivo angolano para a melhoria e o alargamento da oferta da educação e níveis de literacia digitais, no quadro do Programa de Expansão e Modernização do Sistema de Educação e Ensino.
O programa para a melhoria da educação no país consta no Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027, informou a ministra de Estado para a Área Social, Maria do Rosário Bragança, quando discursava na abertura da 12ª Conferência sobre o Ensino e Aprendizagem e 14.ª Mesa Redonda da Federação Africana das Autoridades Reguladoras do Ensino (AFTRA).
A dirigente disse que Angola está a apostar “seriamente” nas competências digitais para a pedagogia, com vista a promover um ambiente de aprendizagem à distância, a exemplo da Escola Virtual Angolana “Xilonga”, destinada a alunos do Ensino Primário e do I Ciclo do Ensino Secundário, que tem facilitado o acesso a recursos interactivos.
Declarou que em linha com tal projecto focado na melhoria da educação no país, estão em curso outras acções que a médio prazo permitirão diminuir as disfuncionalidades do Sistema de Educação e Ensino do país, com destaque para expansão da oferta da educação digital e os níveis de literacia afins.
Sublinhou estarem em execução vários programas para melhorar a educação e o ensino, sobretudo, com o alargamento da rede escolar e o seu apetrechamento adequado, o que tem permitido melhorar o acesso de mais crianças ao sistema educativo, cifrando-se, o nº de matrículas, no presente ano lectivo, em mais de nove milhões no ensino primário e secundário.
De entre essas acções, afirmou a ministra de Estado, está em execução do Programa Nacional de Formação e Gestão do Pessoal Docente, a capacitação de professores em cursos de pós-graduação, sobretudo em mestrados, em metodologias específicas de educação pré-escolar, do ensino primário e do ensino da Língua Portuguesa.
“Estas são algumas das evidências do foco do nosso trabalho para o desenvolvimento do capital humano, única fonte segura para a criação de riqueza económica, cultural e social”, reforçou.
Em África, segundo a fonte, são muitos os factores perturbadores que afectam a qualidade da educação, afastando-a do cumprimento dos objectivos de desenvolvimento sustentável, com especial realce para o referente à Educação de Qualidade.
Destacou a necessidade de o continente africano aumentar a relevância da sua presença e participação nas questões globais que dizem respeito à ciência, à economia, à cultura, à paz e à estabilidade social, um desiderato que só é alcançável através da educação com a afectação de recursos significativos para o seu desenvolvimento.
O aumento da despesa pública com a educação, segundo a responsável, deve ser um caminho para garantir o que já é consensual como a protecção da educação da 1ª infância, a certificação do ensino primário universal, a promoção da aquisição de competências entre os jovens e adultos, a redução do analfabetismo em adultos, a eliminação da disparidade do género e o melhoramento da qualidade do sector.
Maria do Rosário Bragança frisou que a qualidade da educação e ensino está relacionada com as competências dos professores, pois de nada valerá ter escolas modernas e equipadas com recursos, se os professores não estiverem à altura dos desafios da profissão, o que resultará numa pobreza de aprendizagem com impacto negativo nos alunos.
A 12ª Conferência sobre o Ensino e Aprendizagem e a 14.ª Mesa Redonda da Federação Africana das Autoridades Reguladoras do Ensino (AFTRA), que Angola alberga pela 1ª vez, decorrem até o dia 09, sob o lema “Valorizando as vozes dos professores – rumo a uma Formação e Profissionalismo Rejuvenescidos dos Professores em África”.
ANGOP
