Maputo, (Lusa) – O orçamento do parlamento moçambicano aumentou mais do dobro num ano, para 80,3 milhões de euros em 2025, segundo a resolução que o aprova, consultada hoje pela Lusa.
De acordo com a resolução, o parlamento moçambicano aprovou para o seu funcionamento em 2025 um orçamento de 5.775 milhões de meticais (80,3 milhões de euros), que representa um aumento em mais que o dobro face aos 2.655 milhões de meticais (36,9 milhões de euros) com que a AR funcionou em 2024.
O documento consultado pela Lusa refere que do total, 4.864 milhões de meticais (67,6 milhões de euros) serão destinados a despesas de funcionamento, incluindo salários e remunerações, bens e serviços e transferências correntes, e 414 milhões de meticais (5,7 milhões de euros) alocados a despesas de investimentos.
A décima legislatura, iniciada em janeiro, após as eleições de 09 de outubro passado, conta com 171 deputados da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, que mantém a maioria parlamentar.
Em resultado do apoio ao candidato presidencial Venâncio Mondlane, o partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), que nunca teve antes um deputado no parlamento desde a sua criação (2019), tornou-se o maior partido da oposição, com 43 assentos, tirando um estatuto que era da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) desde as primeiras eleições multipartidárias, em 1994, e que na presente legislatura soma 28 deputados.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), quarta força parlamentar, tem oito deputados.
Moçambique viveu a pior contestação que o país conheceu desde as primeiras eleições multipartidárias (1994), liderada pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro que deram vitória a Daniel Chapo.
Quase 400 pessoas perderam a vida em resultado de confrontos entre a polícia e os manifestantes, segundo dados de organizações da sociedade civil, degenerando, igualmente, em saques e destruição de empresas e infraestruturas públicas.
O Governo moçambicano confirmou anteriormente, pelo menos, 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
Contudo, em 23 de março, Mondlane e Daniel Chapo, Presidente já empossado, encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de acabar com a violência pós-eleitoral no país, embora, atualmente, críticas e acusações mútuas continuem nas declarações públicas dos dois políticos.
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