Luanda – A assinatura de um acordo que prevê estabelecer as directrizes entre a Sonangol e a Petrobras, com vista a avaliar oportunidades de cooperação para pesquisa e desenvolvimento de projectos de interesse no “offstream” angolano, constam dos principais destaques económicos dos acordos rubricados entre Angola e o Brasil, na última semana.
Com esse acordo entre Sonangol e Petrobras, assinado no quadro da visita que o Presidente da República de Angola, João Lourenço, efectuou, na semana finda, ao Brasil, as duas empresas petrolíferas pretendem alinhar a base e desenvolver a cooperação para pesquisa, desenvolvimento e inovação, principalmente nas áreas de energias renováveis, petróleo e gás, tecnologia e formação.
A propósito desse memorando, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, explicou que um dos aspectos tidos em conta no regresso desta petrolífera brasileira tem a ver com a transição energética e a experiência do Brasil em biocombustíveis.
A par disso, consta também o acordo rubricado para o desenvolvimento de um projecto de fortalecimento das instituições de pesquisa agro-pecuária e florestal para o desenvolvimento sustentável das regiões semi-áridas.
O projecto agro-pecuário tem como objectivo contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar no Sul de Angola, por meio do desenvolvimento e da adaptação de tecnologias produtivas adequadas às condições locais.
Para o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, é muito importante o acordo rubricado entre o Instituto de Investigação Agronómica e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embapra), em representação também dos institutos de Investigação Veterinária e de Desenvolvimento Agrário.
Os dois países têm estado a trabalhar, nos últimos tempos, para o reforço e aprofundamento das relações bilaterais em sectores considerados chaves para o desenvolvimento, com foco na agricultura e pecuária, constando entre outros programas o projecto do Vale do Cunene, tendente a promover a agricultura irrigada naquela região do país.
Os documentos rubricados sucedem-se aos formalizados, há dois anos, para ampliar parcerias, aquando da estada do Presidente Lula da Silva em Angola, além de outros mais recentes, em Novembro de 2024.
Na altura, os Estados haviam assinado acordos e memorandos técnicos nas áreas de Agricultura, Turismo, Saúde, Educação, recursos humanos, apoio a pequenas e médias empresas, exportações e a carta de intenções para a promoção do comércio e investimentos agro-pecuário entre os respectivos ministérios da Agricultura.
Angola é um dos principais parceiros comerciais do Brasil em África, tendo as exportações deste país sul-americano, em 2024, alcançado 493 milhões dólares, com realce para produtos como carnes bovina, suína e de aves congeladas (30%) e açúcar (23%), ao passo que as importações são constituídas a base do petróleo bruto (94%) e derivados de petróleo (6,2%).
O Brasil é um país com mercado competitivo, diversificado e vasta experiência em áreas como agro-pecuária, indústria alimentar, aeronáutica, entre outras. Possui a maior economia da América do Sul, com um PIB de 2.13 trilhões de dólares.
ANGOP
