Huambo – Seiscentas e 11 famílias dos municípios do Bailundo, Caála e Longonjo, província do Huambo, saíram da condição de vulneráveis, em 2024, resultante de 11 caixas comunitárias apoiadas pela Acção Para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA).
Trata-se de membros do meio rural filiados em 11 cooperativas agro-pecuárias e de fomento de pequenas actividades comerciais, que beneficiaram deste fundo rotativo de 34 milhões 213 mil Kwanzas.
A informação foi prestada, esta terça-feira, à ANGOP, pela directora da ADRA na província do Huambo, Cidália Gomes, salientado que fruto destas caixas, as famílias estão a realizar actividades agro-pecuárias e de negócios diversos, comprados nas sedes municipais ou comunais e comercializados nas suas respectivas aldeias.
Disse serem camponeses e pequenos comerciantes filiados às cooperativas Sanjambela, Cupemba, José Paulo e Hoji ya Henda do Bailundo, Visão para o Futuro, Nova Esperança Chinhanha e Epinduko da Caála e Twapama, Passuka, Aliança do Oriente, Tuasanjuka e Catuta do Longonjo.
Apontou que há cooperativas que receberam, entre 500 mil e um milhão Kwanzas, que, fruto da rotatividade, estão a movimentar o dobro do valor recebido anteriormente e, por isso, estão a melhorar a sua condição de vida nas aldeias.
A responsável disse que o programa está a permitir famílias que estão a conseguir sustentar os filhos nas escolas, a colocar chapas nas suas casas, para além de comprarem motorizadas e animais, fruto dos rendimentos obtidos nas caixas comunitárias, o que está a impactar as suas vidas meio rural.
Lembrou que, na caixa comunitária, os líderes das cooperativas aplicam uma taxa de juro de 10 a 15 por cento para os filiados das organizações e 20 a 30 por cento para os não filiados, de acordo com os estatutos.
Cidália Gomes informou que, em 2024, a Acção da ADRA apoiou diversos projectos de fortalecimento da agricultura familiar, de educação ambiental, mitigação das acções climáticas e saúde pública.
Sublinhou serem acções ligadas à facilidade ao crédito bancário, construção de represas, abertura de furos de água, distribuição de mosquiteiros, feiras de saúde, plantação de árvores e capacitações diversas, que envolvem as famílias do Bailundo, Caála e Longonjo, para a melhoria da sua condição de vida.
Frisou ser por esta via de formação e monitoria da ADRA que 19 cooperativas locais beneficiaram do financiamento do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), e, prontamente, estão a cumprir com o reembolso acordado.
Informou que, em 2024, a ADRA na província do Huambo geriu um orçamento global de 300 mil dólares norte-americano, em todos os projectos desenvolvidos, apoiados pela União Europeia, Solidariedade Prática da Suécia, Pão para o Mundo e a Embaixada dos Estados Unidos de América, contra USD 200 de 2023.
Perspectivas 2025 da ADRA
Cidália Gomes informou que, para este ano, a ADRA prevê desenvolver vários projectos, sobretudo, os de fortalecimento de iniciativas económicas e organizativas da juventude, voltados às actividades de apoio à agro-pecuária e outras iniciativas empreendedoras, para além da componente do reforço ao associativismo juvenil e à participação cívica, num financiado da União Europeia.
Disse que será, também, implementado um projecto de fortalecimento de capacidades de nove cooperativas nos municípios do Bailundo, Caála e Longonjo, com insumos agrícolas, tracção animal e meios de escoamento dos produtos, para além da sua capacitação na gestão e legalização, com financiamento petrolífera da Azul Energy.
Indicou que o desenvolvimento do projecto BFA Solidário, prevê beneficiar 120 mulheres produtoras do município do Bimbe, para além de outros da Embaixada dos Estados Unidos da América, da construção de uma represa e de adaptação climática no Cuima, assim como a continuação dos iniciados em 2023.
Criada em 1990, a ADRA é uma organização não-governamental, vocacionada a promover o desenvolvimento democrático e sustentável, social, económico e ambiental do país, bem como a reconciliação nacional.
ANGOP