África no Rumo Certo.
Apesar de concentrar incontáveis riquezas naturais, o continente africano, terceiro em extensão territorial, com 30 milhões de km², ocupando 20,3% da área total da Terra, é o mais carente do mundo.
Tanto nos índices económicos quanto de desenvolvimento humano, muitos países são considerados subdesenvolvidos. Dos 30 países mais pobres, pelo menos 21 são africanos.
Qual é a lógica disso se a África detém grandes reservas minerais, destacando-se o ouro e os diamantes, bem como fontes energéticas como petróleo e gás natural? Também é abundante em antimônio, fosfatos, manganês, cobalto e cobre.
Alguns dos países africanos são, inclusive, membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), como Argélia, Líbia e Nigéria. Angola acabou se retirando recentemente do Cartel sem grandes razões de fundo.
Em África estão 25% das reservas mundiais de urânio. Esse material é de fundamental importância para a produção de energia nuclear.
A explicação está na ponta da língua do africano: a exploração das riquezas minerais é praticada por companhias europeias ou norte-americanas, atraídas pelo baixo preço da mão de obra, da energia elétrica e das matérias-primas.
Actualmente, o PIB somado de todo esse continente é equivalente a US$ 2,1 trilhões, menos do que o PIB da Índia, por exemplo, que é de US$ 2,2 trilhões. O estado norte-americano da Califórnia apresenta um PIB mais elevado, ficando na casa de US$ 2,4 trilhões.
O Congresso dos Estados Unidos aprovou, em 2000, o Acto de Oportunidade e Crescimento Africano. O referido acto eliminou tarifas de milhares de produtos advindos da África Subsaariana.
A China também estreitou seus laços com o continente. Estima-se que até 2035 a África terá a maior força de trabalho do mundo. Nos próximos 50 anos a África, provavelmente, se transformará no continente mais populoso do planeta.
O continente pode se tornar, assim, um importante destino de manufatura para indústrias intensivas em tecnologia.
No Relatório de Desenvolvimento Econômico na África 2023 da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), o continente africano tem o potencial de se firmar como um elo fundamental nas cadeias de suprimentos globais, com seus recursos abundantes e um crescente mercado consumidor.
Para tanto, o alívio da dívida é fundamental para oferecer aos países africanos espaço fiscal para investir em cadeias de abastecimento. Em média, os países africanos pagam quatro vezes mais por empréstimos do que os EUA e oito vezes mais do que as economias europeias.
A conclusão de tudo isso só pode ser uma. Os Africanos têm que estar no comando. Ou fazemos nós ou ninguém fará por nós.
Justo, não é?