“A verdade é que a grande criminalidade que temos no nosso país e que aumenta todos os dias, sobretudo em Luanda, está relacionada ao desemprego da juventude”, alertou o analista político e social angolano Albino Pakisi.
O especialista se apoia em números para fazer a afirmação. Só em Luanda, capital com perto de 10 milhões de habitantes, há cerca de dois milhões de jovens desempregados. É um cenário que, no seu entender, potencializa práticas ilícitas.
A criminalidade no país, de acordo com os dados estatísticos, regista uma média de 187 crimes por dia, de várias tipologias. Luanda, Benguela, Huambo, Malanje e Uíge lideraram a lista com maior índice de crimes.
Para este analista, quando uma parte considerável dos jovens está desempregada e/ou no emprego informal e está em estado de pobreza, “são demasiado propensos à criminalidade”.
A segurança pública em Luanda é “quase inexistente”, diz o jurista José Ndimba Candeeiro. “Os riscos de andar em Luanda estão no azar de ser atropelado ao fazer travessias pelas estradas, de ser roubado ao andar pelos bairros, de ser desviado para morte, ou violado ao andar de táxi”.
“A segurança pública em Luanda é muito frágil, porque se está a criar um ambiente “selvagélico” onde cada um já começa a criar um clima de medo contra qualquer pessoa com a qual se cruze”, ressaltou o advogado.
A segurança pública rebate
Em recente entrevista à imprensa, o porta-voz do Comando da Polícia em Luanda, Nestor Goubel, afirmou que a situação da criminalidade na capital angolana é estável. “Luanda é uma cidade cosmopolita, dinâmica. Tivemos um balanço positivo da segurança pública na passagem de ano, mas ainda assim temos que assinalar esses casos isolados que acabam de alguma forma por beliscar e causar uma espécie de sentimento de insegurança”, explicou.