Você já ouviu falar em massa de manobra? A expressão foi criada pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu. Ela se refere a grupos de pessoas manipuláveis, sem massa crítica, e incentivadas por uma determinada ideologia ou opinião pré-formada por um líder político ou grupos partidários.
Logo, nada melhor do que o analfabetismo para manipular pessoas como se fossem gado. Ainda mais quando elas podem ser conduzidas por “vaqueiros” poderosos e engravatados para os seus currais eleitorais.
Em comparação com outros países africanos, Angola apresenta uma das maiores taxas de analfabetismo. Segundo o Instituto de Estatística da UNESCO, a taxa em 2020 era de 33,8% da população adulta. O índice na população adulta (acima de 15 anos) na África em 2020 era de 31,9%.
Isso coloca Angola na 10ª posição entre os países africanos com as maiores taxas de analfabetismo, atrás apenas de países como Burkina Faso, Níger, Chade e Mali, entre outros.
Com educação em falta sobra subdesenvolvimento
A falta de educação e, por consequência, acesso à informação é um obstáculo para o desenvolvimento econômico e social. As pessoas analfabetas têm dificuldade de encontrar emprego e ascender socialmente, o que contribui para a perpetuação da pobreza e da desigualdade. Falta senso crítico.
Como se sabe, muitas crianças em idade escolar são obrigadas a trabalhar para ajudar os pais ou cuidadores, o que as impede de frequentar a escola. E o Governo não parece preocupado com isso. É como se a ignorância fosse uma parceira estratégica. Quase uma aliada.
Exagero? O gasto médio em educação como porcentagem do PIB em África em 2019 foi de 4,9%, dados do Instituto de Estatística da UNESCO. Em relação a outros países africanos, Angola apresenta um gasto em educação abaixo da média continental. Segundo os dados do UIS, em 2019 o gasto público em educação em Angola foi de 3,1%.
O ranking posiciona Angola na 35ª posição entre os países africanos, ficando abaixo da média de gastos em educação em relação ao PIB no continente. Explica-se: Angola apresenta um tempo médio de escolaridade abaixo da média continental: 5,8 anos contra 6,3 anos, índice do continente.
São fatos absolutamente vergonhosos para o nosso país!