Maputo, (Lusa) – A Associação Nacional dos Professores de Moçambique (Anapro) queixou-se hoje da falta de clareza no pagamento das horas extraordinárias e ameaçou com uma nova greve caso a situação não seja resolvida até final de março.
“Não há critérios claros do que se está a pagar e não é abrangente tal pagamento. Ainda faltam muitos distritos por serem contemplados e nos distritos e escolas pagas, nem todos os professores foram contemplados”, disse à Lusa o porta-voz da Anapro, Marcos Mulima.
Entre outros aspetos, os professores moçambicanos reclamam atrasos no pagamento de horas extraordinárias de dois meses e 18 dias de 2022, de todo o ano de 2023 e também de todo o 2024, bem como “melhor enquadramento” na Tabela Salarial Única (TSU).
Segundo o representante, em algumas províncias o Governo pagou a dívida de 2023 em parcelas “muito discrepantes”.
“Em Gaza pagaram apenas aos professores do distrito de Chibuto 50% (…) e na Zambézia houve pagamentos de aproximadamente 20% em alguns distritos. O universo [de professores aos quais foi pago] não chega a 20%, da dívida só de 2023”, explicou.
Mulima classificou os pagamentos como “estratégia de distração” e prometeu uma “paralisação geral”, caso a situação prevaleça.
“Até dia 31 de março, se não pagarem como prometeram, voltamos à carga das paralisações. Até que se cumpra a promessa”, acrescentou.
Em fevereiro, o Governo de Moçambique anunciou ter disponibilizado cerca de 1,5 mil milhões de meticais (21,6 milhões de euros) para o pagamento das horas extras de mais de dois anos em dívida, principalmente, aos professores e profissionais de saúde.
“Para esta fase em particular, vão ser pagos cerca de 1,1 mil milhões de meticais [15,8 milhões de euros]. Na segunda fase vão ser, creio que, 400 milhões de meticais [5,7 milhões de euros] que é a parte que completa os 1,5 mil milhões de meticais que é o que (…) o Governo efetivamente fixou”, disse na altura Inocêncio Impissa, porta-voz do Conselho de Ministros.
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