Washington (do enviado especial) – As valências do Corredor do Lobito como infra-estrutura crucial para o desenvolvimento dos países da região austral e sua integração no contexto global foram ressaltadas, esta segunda-feira, em Washington (EUA), pelo ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu.
O governante angolano falava e destacava valências do Corredor do Lobito durante uma reunião com entidades empresariais e financeiras norte-americanas interessadas em investir em África, afectas ao grupo Atlantic Council, no quadro das reuniões de primaveira do FMI e Banco Mundial, que decorre até ao dia 26 deste mês.
Diante deste consórcio empresarial dos EUA, que manifestou interesse em investir no Corredor do Lobito, Ricardo de Abreu referiu que o Governo angolano tem vindo a fazer investimentos avultados em infra-estruturas para poder impactar significativamente a vida dos cidadãos e da região.
Sublinhou a importância do desenvolvimento das infra-estruturas ferroviárias e maximização do transporte logístico para a diversificação económica de Angola, a partir deste Corredor.
O ministro apresentou aos empresários norte-americanos as oportunidades existentes ao longo do Corredor, mormente para a indústria transformadora e de processamento, assim como o turismo, aumentando a cadeia de valor e envolvendo cada vez mais o sector privado neste importante projecto da região.
Reiterou que os parceiros desta organização já têm feito vários investimentos no corredor com o capital dos accionistas, empregues na melhoria das infra-estruturas e na qualidade dos meios de transportes, desde carruagens a contentores, bem como na qualificação profissional dos técnicos.
Segundo o ministro, nesta altura o Corredor do Lobito conta com um serviço de comboio transnacional por dia, que deverá passar para seis nos próximos três anos.
Para este ano, adiantou o governante, a meta passa por processar cerca de 400 mil toneladas de mercadorias transnacionais, o que demonstra a importância do Corredor do Lobito.
O titular dos Transportes avançou igualmente que a Corporação Financeira Internacional (IFC) e o Governo angolano estão a desenvolver a ligação ferroviária até a Zâmbia, num investimento global de 4.5 mil milhões de dólares, para a construção de uma linha de 800 quilómetros.
O IFC já mobilizou 400 milhões de dólares, num projecto cuja primeira pedra será lançada em 2026.
“Nesta altura, decorre o período de captação de financiamentos para suportar a empreitada que já conta com o contributo de investidores africanos”, enfatizou.
Na ocasião, a ministra das Finanças, Vera Daves, reiterou as oportunidades e vantagens de investir no Corredor do Lobito, bem como a visão do Executivo angolano na diversificação das fontes de financiamento sem prejudicar o equilíbrio das finanças públicas.
ANGOP