Angola gasta USD 1,4 mil milhões em alimentos importados

Benguela – Angola gasta 1,4 mil milhões de dólares na compra de 12 produtos alimentares passíveis de serem produzidos internamente, revelou esta quinta-feira, em Benguela, o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos.

O ministro falava sobre alimentos importados no país durante a sétima conferência de “Economia e Mercados sobre a agricultura”, que decorre sob o lema “O papel dos transportes e logística no desenvolvimento do sector agro-industrial”.

Sem discriminar os alimentos importados, Isaac dos Anjos acrescentou que o seu ministério vai apresentar uma proposta de progressão para o horizonte 2025/2030, com realce para a necessidade de o sector camponês ser tratado como empresas agrícolas familiares.

“Para isso, temos de fazê-los crescer de 2,5 hectares até atingirem, em 2030, no mínimo 25 hectares”, sugeriu.

Na sua opinião, cada família deve ter uma renda mensal, para poder auto-sustentar-se, enquanto, para o sector empresarial, partindo da existência actual de pouco mais de 65 empresas agrícolas com alguma dimensão e tecnologia, se deve atingir em 2030 pelo menos 150 empresas de grande dimensão.

Recomendou aos governadores provinciais a eleger 400 jovens, no primeiro ano, a quem serão dados os apoios necessários para se converterem em agricultores de media dimensão.

“Cada província deve chegar até 2030 com mil novos agricultores. Isso pressupõe que os meios tecnológicos sejam postos à disposição, como o uso de fertilizantes, de sementes adequadas e oferecer ao meio rural as condições de crescimento sem paternalismos”, frisou.

Alertou que existe uma oportunidade de os angolanos tomarem a liderança da mudança , levando aos camponeses a assistência técnica e a alteração do modelo de exploração agrícola que os leve a sair da subsistência para o mercado e defender o seu direito de plena cidadania.

Segundo Isaac dos Anjos, são necessários também os financiamentos bancários, o crédito, nas suas variadas vertentes, o uso de fertilizantes, conforme a ciência recomenda, entre outros.

“Para exportar abacate podemos integrar milhares de pessoas, basta definirmos as regras, como o tamanho e a qualidade dos produtos e os players acontecerem para comprar, empacotar, embalar e dividir o dinheiro que é o mais importante”, exemplificou.

Advertiu que os volumes de alimentos importados representam para os países africanos “despesas avultadíssimas” que poderiam ser canalizadas para o desenvolvimento económico e social dos agricultores e indústrias locais.

O governante recordou que foram estas as constatações que deram luz ao Programa Abrangente para o Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP) e à declaração de Malabo de 2014, ratificada em Janeiro de 2025, em Kampala.

Considerou que a agricultura pode ser a actividade principal, através da qual se pode promover a erradicação da pobreza, conforme o objectivo sustentável das Nações Unidas, tendo em conta a realidade africana.

Aconselhou os agricultores que, para serem ajudados, têm de converter a agricultura de subsistência em agricultura voltada para o mercado, com qualidade e preço, resiliência e sustentabilidade, remunerada e capaz de grandes benefícios para as famílias, como pressuposto de qualquer Estado-membro.

A este propósito, lembrou que o plano do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura (FAO) para o período 2025/2028, aprovado pelo Ministério da Agricultura e Florestas, contempla recomendações da União Africana e encoraja o Governo angolano a empreender a mudança dos sistemas agrícolas para o agro-alimentar..

“A nossa geração tem a sublime oportunidade de mudar o cenário e dar aos angolanos, o benefício de participar conscientemente deste apelo universal para erradicar a pobreza com actividade”, concluiu o ministro.

ANGOP

 

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