Talatona – Angola conta com uma taxa de penetração da internet de 39 por cento, significando que perto de 60% da população está digitalmente excluída, informou, nesta quinta-feira a directora-geral Adjunta para a Área Técnica do Instituto de Modernização Administrativa (IMA), Alfonsina Anuarite Kassongo.
Em declarações à imprensa, a responsável que falava à margem da II edição do The Vertical Congress, realizado em Luanda, disse que com base nos dados acima referidos pelo IMA em 2024, o país ainda enfrenta desafios na inclusão digital de internet, apesar dos avanços na modernização tecnológica.
Desafios como a promoção do acesso à internet e inclusão digital foram apontados pela directora-adjunta como fundamentais para a expansão e acessibilidade dos serviços públicos.
“Temos uma agenda digital em curso, que visa garantir que os cidadãos possam acessar serviços governamentais, sem se deslocarem, mas ainda estamos em fase de transição”, explicou.
Como estratégias para contrapor a dificuldade de acesso á internet, informou que o IMA desenvolve um Projecto de Aceleração Digital para impulsionar a transformação, (PADA), financiado pelo Banco Mundial, com um investimento de 300 milhões de dólares.
O referido projecto incluí a criação de uma plataforma de interoperabilidade da administração pública que vai permitir a integração entre os serviços do governo, tornando os processos mais ágeis.
Disse ainda que a agenda de transição digital para 2025, prevê a formação de funcionários públicos nas áreas de inteligência artificial, automação e novos processos digitais, assegurando que o sector público esteja preparado para os desafios tecnológicos.
No painel sobre “Banca e Seguros”, o consultor de TI Pedro Pinheiro apontou que a regulamentação, a literacia digital e a falta de acesso a smartphones são alguns dos principais entraves para a digitalização do sector financeiro em Angola.
Segundo ele, a transição para a banca digital exige uma reestruturação profunda dos processos, para garantir maior acessibilidade e segurança para os clientes.
Já o consultor Ricardo Ramos destacou que, apesar dos avanços tecnológicos, problemas operacionais ainda dificultam a experiência dos clientes.
Disse que existem sistemas que ainda apresentam falhas frequentes, o que impacta directamente no atendimento bancário.
“Muitas vezes, os clientes esperam horas devido a instabilidade nos sistemas”, lamentou.
A II edição do The Vertical Congress contou com uma exposição de soluções tecnológicas, tendo reunido empresas como Dell Technologies, Easy, Force Point, Trend, MBCOM Tecnologia e Nemo Cognito.
As companhias apresentaram soluções em ciber segurança, automação e conectividade, voltadas para o crescimento do sector digital.
O evento, promovido pelo Portal de TI em parceria com a Real Distribution, teve como objectivo fortalecer o ecossistema empresarial e tecnológico do país e da região da SADC.
Com debates relevantes e a presença de especialistas, a II edição do The Vertical Congress consolidou-se como um evento essencial para o avanço da digitalização em Angola .
ANGOP