Cuito – Angola precisa de 36 mil novos enfermeiros, para garantir um atendimento mais humanizado nas unidades hospitalares no país.
A necessidade foi apresentada, esta sexta-feira, pelo bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola (ORDENFA), Eduardo Elombo Caiangula, durante as IV jornadas Científicas do hospital de referência Dr. Walter Strangway.
O bastonário sublinhou que a ORDENFA controla mais de 149 mil enfermeiros, destes 49 mil trabalham no sector público e mais de 100 mil nas áreas militar, para-militar, privado, assim como aqueles formados e sem desempenhar a profissão.
Eduardo Elombo Caiangula reconheceu o esforço do Executivo angolano na empregabilidade, mas, ainda assim, exortou para o ingresso de mais enfermeiros, visando garantir serviços dignos nos hospitais do país, mormente nas zonas de difícil acesso.
“Hoje ainda temos muitas unidades sanitárias que carecem de técnicos de enfermagem. Não é admissível que um posto de saúde, os serviços são assegurados por um ou dois técnicos, mesmo que seja numa comuna ou embala”, lamentou.
Por outra, defendeu uma formação com rigor, nas escolas de formação de profissionais de saúde, para que os quadros saídos tenham uma dimensão multidisciplinar, capazes de corresponder com as exigências do país.
Para si, o crescimento demográfico, associado a diversos factores, o perfil epidemiológico, além malária e doenças do fórum primário, os hospitais atendem pacientes com doenças crónicas degenerativas, bem como problemas sociais que exige do profissional de saúde conhecimento e habilidades científicas.
Durante o acto, os participantes foram ainda esclarecidos sobre a responsabilidade civil médica, pelo juiz de direito da comarca do Cuito, Adão Bilhete.
Adão Bilhete considerou importante a valorização das normas que regem a profissão em Angola, que inclui a Lei dos Direitos dos Pacientes e o Código de Ética Médica.
As IV jornadas científicas, com encerramento previsto para hoje, decorrem sob lema: Hospital Dr. Walter Strangway Focado na Formação e na Legalidade para melhor Servir”.
Estão em debate temas como as características dos pacientes com diagnóstico recente de diabetes, neurocisticercose e epilepsia, Estratégia para restauração do esquema de vacinação, entre outros.
O hospital Dr. Walter Strangway” foi inaugurado em Setembro de 2020 pelo Presidente da República, João Lourenço. É a maior unidade de referência na província do Bié. Tem capacidade instalada de 230 camas para prestação de, pelo menos, 20 serviços especializados, com destaque para Gineco-obstetrícia, Pediatria, Neonatologia, Cirurgia, Nefrologia, Oftalmologia, Ortopedia, Psiquiatria, Estomatologia e Otorrinolaringologia.
A infra-estrutura, que atende pacientes das regiões centro e sul do país, conta ainda com uma força de trabalho de mais de mil profissionais, entre os quais médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, terapêutica entre outros. Tem mil 256 enfermeiros e 172 médicos.
ANGOP
