Angola quer cooperação entre línguas nacionais e portuguesa

Luanda, (Lusa) – O ministro da Cultura de Angola, Filipe Zau, defendeu hoje a necessidade de os Estados-membros da CPLP envidarem esforços para o estabelecimento de “formas concretas” de cooperação entre a língua portuguesa e outras línguas nacionais.

Para o ministro angolano, que fazia alusão à Declaração Constitutiva da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), os referidos esforços devem ser concretizados, sobretudo, nos domínios da investigação e consequente valorização das línguas nacionais.

“Deste modo, a anterior tensão doutrinária, decorrente da política colonial assimilacionista, deixa, nos dias de hoje, de fazer qualquer sentido, já que a anterior lógica de exclusão terá de abrir espaço para a nova lógica de complementaridade”, disse.

Falando hoje, em Luanda, na abertura da 6.ª edição da Semana da Língua Portuguesa, no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinala a 05 de maio, considerou “desejável” que Angola adote uma política linguística bilingue.

“Assim sendo, torna-se necessário saber qual a política linguística que, futuramente, Angola deverá adotar, e que leve a que a atual diglossia [coabitação de várias línguas] abra caminho para um desejável bilinguismo (…)”, apontou.

Angola elaborou a proposta de Lei das Línguas de Angola, cuja consulta pública terminou na última semana, diploma que estabelece as línguas de Angola em função da sua origem, nomeadamente línguas angolanas de origem africana, língua angolana de origem europeia (português), língua gestual angolana e o sistema braile.

O diploma, que estratifica as línguas angolanas de origem africana em línguas regionais, línguas locais, línguas transfronteiriças e línguas transnacionais deve ser remetido ao parlamento para discussão.

Por seu lado, a secretária de Estado para as Relações Exteriores de Angola, Esmeralda Mendonça, destacou as celebrações da língua portuguesa como um marco cultural, de afirmação da diversidade linguística e de valorização da humanidade.

“Pois, é por meio da língua, no nosso caso o português, que expressamos as nossas ideias, sentimentos e interagimos uns com os outros, pressupostos fundamentais para a coesão familiar e social”, apontou.

Para a governante, o português, como uma das principais línguas de comunicação internacional, tem contribuído cada vez mais na busca de consensos, promoção da paz e harmonia, cooperação e solidariedade, não só a nível da CPLP, mas no mundo em geral”, disse ainda a secretária de Estado.

DAS // MLL

Lusa/Fim

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