Addis Abeba (Dos enviados especiais) – O angolano Graciano Domingos foi eleito esta quinta-feira, na capital etíope, membro do Comité Consultivo da União Africana (UA) para Corrupção, num mandato de seis anos, renovável.
A eleiçãodo Comité Consultivo ocorreu no âmbito da 38ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que, no próximo sábado, vai confirmar o Presidente angolano, João Lourenço, como líder da UA, num mandato de ano, que diplomatas nos corredores da sede da organização, em Addis Abeba, consideram desafiante, a julgar pelos inúmeros problemas que o continente vive, desde conflitos à pobreza e à falta de desenvolvimento económico sustentável.
Sobre o pleito eleitoral, o vice-presidente cessante deste órgão, o angolano Pascoal Joaquim, afirmou que o país desenvolveu esforços no sentido de trazer outro angolano para este órgão, “uma vez que o nosso mandato, que era de dois anos renováveis por mais dois, chegou ao fim e, como é óbvio, temos de aceitar diligências no sentido de a nossa Angola dar continuidade ao trabalho”.
Disse ter trabalhado para ampliar o período de mandato, passando de dois anos renováveis para seis, também prorrogáveis, o que considerou um feito significativo e uma luta de vários anos, vencida por Angola, pelo que referiu que termina o mandato com o sentimento do dever cumprido.
Considerou o âmbito de actuação nesse órgão como um campo de acção em que é preciso dinamismo sério, empenho e dedicação, porque são outros parâmetros que o sistema exige e, neste quadro, tendo sido dos poucos angolanos que entraram para este campo, “julgo que foi um exercício muito positivo, de aprendizagem, treino e desempenho”.
Instado a pronunciar-se sobre as estratégias a gizar para combater a corrupção em África, disse que, acima de tudo, tem de haver vontade política de cada Estado para o fim deste fenómeno que corrói muitos países.
“É necessário que cada cidadão de cada Estado compreenda que a corrupção é um mal social e que deve ser combatido, porque, afinal de contas, é a integração total das pessoas e não somente os órgãos como tal que vai fazer com que este fenómeno possa ser reduzido, possa ser, eventualmente, erradicado”, defendeu.
Considerou imperioso que os Estados se preocuparem com a educação dos seus cidadãos, fundamentalmente, e que se criem condições, regras e políticas que possam levar cada pessoa a integrar-se em tudo isso e fazer com que, com a compreensão constante e permanente desse mal, todos possam tudo fazer para se livrarem desse mal.
ANGOP