Luanda – Cinco estudantes angolanos da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto receberam, no concurso internacional de direito denominado “Philip Jussp International Law Moot Court Competition” (Competição do Tribunal Simulado de Direito Internacional Philip Jussp”), o grau excelência pelas suas demonstrações de competência jurídica nos desafios propostos de Março a Abril do ano em curso.
Trata-se dos estudantes Firmino Cangila, José Dandi, Valdirene Simão, todos do 4º ano e Estêvão Kahala e André Kipala do 5º ano que representaram Angola no maior e mais prestigiado tribunal simulado de Direito Internacional do mundo que se realizou em Washington, Estados Unidos da América e receberam grau de excelência no concurso.
Ao falar à ANGOP, nesta sexta-feira, José Dandi, um dos representantes do grupo, informou que o conjunto angolano qualificou-se para rondas internacionais chamadas Whaite e Case (Caso Branco).
Conforme a fonte, com esta conquista do grau de excelência tornaram-se na única equipa africana lusófona a alcançar esta posição de destaque.
Este feito representa um marco inédito para Angola e para o mundo lusófono no cenário jurídico internacional.
Acrescentou que os cinco competiram via digital, fruto de alguns imprevistos que os impediu de viajar para Washington.
Explicou que antes das rondas oficiais, a equipa participou de quatro rodadas amistosas, enfrentando adversários de alto nível como Noruega, Botswana e São Tomé e Príncipe.
Segundo José Dandi, este passo só foi possível em função da preparação estratégica e domínio técnico.
Explicou que as competições se baseiam em casos de uma hipótese prática de estados hipotéticos que no âmbito das suas relações vai surgindo determinados conflitos ou litígios de cariz internacional.
“Nós debatemos no tribunal simulado dos EUA, assuntos ligados às alterações climáticas, ou seja, problemáticas do direito do mar”, disse.
Ainda nesta senda, o outro membro do grupo, Firmino Cangila, disse que a equipa se sente orgulhosa por representar Angola numa competição de intercâmbio jurídico.
“Nós concorremos com adversários de todos os continentes e tivemos uma boa performance, e só para destacar, nós concorremos até com equipas que têm a língua inglesa como sua língua nativa, mas mesmo assim nós não nos deixamos influenciar por isso, porque nós estávamos numa competição de direito e não de língua” asseverou.
Igualmente, enfatizou, o concurso fê-los perceber a dinâmica prática da aplicabilidade do direito internacional e não só.
De acordo com Firmino Cangila, os estudantes encaravam uma parte do tribunal que acusa e a outra que defende.
Realçou que o concurso obedece uma estrutura de fases em que, em princípio, cada país tem a possibilidade de fazer-se representar de até pelo menos cinco estudantes.
“Se existirem vários grupos no mesmo país, concorre-se à Ronda Nacional, no caso de nós angolanos, a instituição organizadora convidou-nos para participar e a nossa faculdade seleccionou-nos”, explicou.
Por sua vez, o director executivo da International Law Stuntes Association (ILSA), Michael Paeil destacou a importância da estreia de Angola no concurso.
Para a fonte, a participação dos estudantes da Faculdade de Direitos da Universidade de Agostinho Neto, nesta competição internacional demonstra o empenho e o compromisso contínuo da instituição angolana na formação de juristas altamente qualificados, capazes de representar Angola com competência e distinção nos mais altos palcos.
No total, participaram, cerca de mais países de todos os continentes e todos os desafios foram abordados na língua inglesa tendo como vencedor Singapura.
Os participantes usaram diplomas a nível do direito internacional como por exemplo, o estatuto da Corte Internacional de Justiça, tratados internacionais hipotéticos, com algumas cláusulas e entre outros.
ANGOP