Atividade econômica do Brasil cresce mais do que o esperado em abril com impulso de serviços, mostra BC

SÃO PAULO (Reuters) – A atividade econômica no Brasil iniciou o segundo trimestre com crescimento acima do esperado em abril, embora mostrando desaceleração ante o mês anterior, de acordo com dados do Banco Central nesta segunda-feira antes de sua reunião de política monetária.

O Índice de Atividade Econômica do Brasil (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve expansão de 0,2% em abril, em dado dessazonalizado, informou o BC.

O resultado mostrou enfraquecimento ante a alta de 0,7% de março, em dado revisado pelo BC de avanço de 0,8% informado anteriormente. A leitura do mês ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 0,1%, mas foi a mais fraca desde dezembro de 2024.<BRIBC=ECI>

“A desaceleração do PIB deve ser bastante gradual, com o dado de abril indicando desaceleração na margem. Os antecedentes de maio indicam o mesmo movimento de esfriamento da atividade doméstica”, avaliou Leonardo Costa, economista do ASA.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 2,5%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 4,0%, de acordo com números não dessazonalizados.

Em abril, o impulso foi dado pelo crescimento de 0,4% do setor de serviços, segundo a abertura dos dados do BC. Eles mostraram ainda que houve retrações no mês de 0,9% e 1,1% respectivamente em agropecuária e indústria

Dados do IBGE mostraram que em abril o setor de serviçosregistrou avanço pelo terceiro mês seguido, de 0,2%. Já as vendas no varejo interromperam três meses seguidos de ganhos com queda de 0,4%, enquanto a produção industrial cresceu menos do que o esperado, a 0,1%.

“Os números divulgados ficaram em linha com as leituras das últimas semanas dos principais indicadores setoriais divulgados pelo IBGE, que apontam para um gradual processo de arrefecimento da economia frente a um cenário macroeconômico adverso (política monetária contracionista, inflação elevada e aumento das incertezas domésticas e externas), que reforça a percepção de resiliência da atividade econômica”, apontou em nota a equipe da Genial Investimentos.

O PIB do Brasil teve no primeiro trimestre expansão de 1,4% sobre os três meses anteriores, sustentado pelo desempenho mais forte da agropecuária em dois anos.

Analistas preveem que, passado o impacto da agropecuária, a economia deverá sentir com mais força o peso da política monetária restritiva, levando a uma desaceleração econômica ao longo do ano. Por outro lado, o mercado de trabalho robusto tende a manter a resiliência da atividade econômica.

A taxa básica de juros Selic está atualmente em 14,75% e o BC volta a se reunir nesta semana para definir a política monetária, com expectativa de manutenção dos juros de acordo com 27 dos 39 economistas consultados em pesquisa da Reuters.

A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostrou que a expectativa do mercado para a expansão do PIB em 2025 é de 2,20%, indo a 1,83% em 2026.

O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

(Por Camila MoreiraEdição de Fernando Cardoso)

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