Banco Mundial diz que são necessários 11 mil milhões de dólares para reconstruir Líbano

Beirute, (Lusa) – O custo da reconstrução do Líbano após a guerra de 14 meses entre Israel e o Hezbollah está estimado em 11 mil milhões de dólares, afirmou o Banco Mundial num relatório publicado hoje.

O relatório da Avaliação Rápida de Danos e Necessidades do Líbano do Banco Mundial cobriu danos e perdas em 10 setores em todo o país entre 8 de outubro de 2023 e 20 de dezembro de 2024.

O Banco Mundial estima que dos 11 mil milhões de dólares (10,153 mil milhões de euros) em necessidades de reconstrução e recuperação, 3 mil milhões de dólares a 5 mil milhões precisarão de ser financiados publicamente, inclusive para setores de infraestrutura.

O financiamento privado é necessário para cerca de 6 a 8 mil milhões de dólares dos custos, principalmente nos setores da habitação, comércio, indústria e turismo.

O Hezbollah começou a disparar foguetes através da fronteira em 08 de outubro de 2023, um dia depois de uma incursão mortífera liderada pelo Hamas no sul de Israel que desencadeou a guerra em Gaza.

Israel respondeu com bombardeamentos e ataques aéreos no Líbano e as duas partes entraram num conflito crescente que se transformou numa guerra total no final de setembro.

Um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos entrou em vigor no final de novembro.

O exército libanês declarou hoje que os militares israelitas escoltaram civis israelitas para o território libanês para visitarem um santuário judeu perto da aldeia de Houla sem autorização das autoridades libanesas e em violação do acordo de cessar-fogo.

Segundo o comunicado do exército, o incidente “representa uma violação flagrante da soberania nacional libanesa” e do acordo de cessar-fogo ao abrigo do qual Israel deveria ter retirado as suas forças de todo o território libanês no mês passado.

As forças armadas israelitas retiraram-se das aldeias fronteiriças, mas permaneceram em cinco locais estratégicos de observação no interior do Líbano.

Os dirigentes libaneses denunciaram a presença contínua das tropas israelitas como uma ocupação e uma violação do acordo.

A rádio do exército israelita publicou hoje um vídeo que mostrava um grupo de judeus ultraortodoxos a dirigir-se ao túmulo onde se crê estar enterrado Rabbi Ashi, um rabino judeu da Babilónia.

Os militares escoltaram centenas de fiéis até ao local para as orações da manhã.

A força de manutenção da paz da ONU no sul do Líbano, conhecida como UNIFIL, disse num comunicado que a vista dos soldados da paz para o túmulo estava obscurecida por uma tela erguida pelos militares israelitas, mas que “parece que os civis israelitas atravessaram a Linha Azul à volta do túmulo” e depois saíram.

“Qualquer travessia não autorizada da Linha Azul é uma violação da resolução 1701”, diz o comunicado, referindo-se à resolução do Conselho de Segurança da ONU que pôs fim a uma guerra de um mês entre o Hezbollah e Israel em 2006.

De acordo com o relatório do Banco Mundial, o custo económico do conflito no Líbano ascende a 14 mil milhões de dólares, com danos nas estruturas físicas no valor de 6,8 mil milhões de dólares e perdas económicas decorrentes da redução da produtividade, da perda de receitas e dos custos operacionais no valor de 7,2 mil milhões de dólares.

A habitação foi o setor mais afetado, com danos estimados em 4,6 mil milhões de dólares.

O relatório concluiu que o conflito resultou numa contração do produto interno bruto real do Líbano de 7,1% em 2024, um retrocesso significativo em comparação com um crescimento projetado de 0,9% se a guerra não tivesse ocorrido.

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Lusa/Fim

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