OTTAWA (Reuters) – O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, que venceu as eleições no mês passado prometendo enfrentar o presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou na terça-feira um novo gabinete que, segundo ele, ajudará a definir um novo relacionamento com Washington.
O primeiro ministro do Canadá reduziu o número de ministros para 29, em comparação com os 39 do ex-primeiro-ministro Justin Trudeau, mas manteve alguns dos principais atores em seus cargos, como o ministro das Finanças, François-Philippe Champagne, e Dominic LeBlanc, responsável pelo comércio com os EUA.
Mas ele transferiu Melanie Joly do Ministério das Relações Exteriores para o Ministério da Indústria após quatro anos e a substituiu por Anita Anand.
“Os canadenses elegeram este novo governo com um forte mandato para definir uma nova relação econômica e de segurança com os Estados Unidos (e) para construir uma economia mais forte”, disse o gabinete de Carney em um comunicado. “Essa equipe focada agirá de acordo com esse mandato de mudança com urgência e determinação.”
Carney se encontrou com Trump em Washington na semana passada, mas não obteve a remoção das tarifas impostas pelo presidente às exportações canadenses.
Carney afirma que o Canadá precisa investir bilhões para começar a desviar o foco da economia dos Estados Unidos, além de acabar com as barreiras ao comércio interno e cortar os gastos públicos.
Chrystia Freeland, cuja renúncia ao cargo de ministra das Finanças em dezembro passado ajudou a derrubar um Trudeau cada vez mais impopular, mantém seu cargo de ministra dos Transportes e do Comércio Interno.
O ex-banqueiro do Goldman Sachs Tim Hodgson assume o cargo de ministro dos Recursos Naturais, substituindo Jonathan Wilkinson, que foi retirado do gabinete.
As promessas imediatas de Carney são um corte de impostos e o fim de todas as barreiras comerciais entre as 10 províncias até 1º de julho.
A plataforma liberal, que promete gastos adicionais de cerca de 130 bilhões de dólares canadenses (US$92,85 bilhões) nos próximos quatro anos, prevê que o déficit de 2025-26 será de 62,3 bilhões de dólares canadenses, muito mais alto do que os 42,2 bilhões de dólares canadenses previstos em dezembro.
Por Promit Mukherjee e David Ljunggren
Reuters