Ondjiva – Oitocentos e 50 casos de VIH/SIDA e 66 óbitos foram registados em 2024, pelas autoridades sanitárias da província do Cunene, informou esta sexta-feira o chefe de saúde pública e controlo a endemias do Gabinete da Saúde, Félix Satyohamba.
Em declaração à ANGOP, afirmou que comparativamente ao período anterior houve a diminuição de 36 casos de VIH/Sida e aumento de 10 óbitos.
Dos casos notificados 422 foram no município do Cuanhama, 293 em Ombadja, 51 na Cahama, 43 em Namacunde, 33 no Cuvelai e oito no Curoca.
O responsável referiu que o aumento de óbitos deveu-se à falta de adesão à terapia antirretroviral, fundamental para alcançar a supressão viral e evitar casos de morte pela doença.
O especialista em saúde pública disse ser necessário que a pessoa vivendo com o vírus tenha a supressão da carga viral, que depende do tratamento, de modo a reduzir as chances de transmitir o vírus e apanhar recaídas.
Fez saber que actualmente a província conta com mais de 17 mil pessoas vivendo com a doença.
Félix Satyohamba realçou a necessidade da educação dos cidadãos para vencer a situação do tabu, crenças, desrespeito aos direitos humanos, exclusão, estigma, discriminação, entre outros males.
Apontou ainda a necessidade da abertura de mais serviços ligados aos VIH/Sida, sobretudo nas unidades sanitárias instaladas na fronteira com a República da Namíbia, devido ao elevado número de cidadãos angolanos a fazer o tratamento no país vizinho.
“Muitas das vezes consideramos de abandono quando não aparecem ao centro de aconselhamento, mas podem estar a fazer o tratamento na Namíbia devido a aproximação geográfica, disponibilidade dos serviços e a situação da discriminação e estigma”, sustentou.
A província do Cunene tem uma incidência de prevalência do VIH/Sida fixada em 6.1 de novas transmissões, considerada a maior taxa de seroprevalência do país.
Em Angola, a taxa de prevalência dessa doença é de dois por cento, a mais baixa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
ANGOP
