Cessar-fogo entre Irã e Israel se mantém

WASHINGTON/TEL AVIV/ISTAMBUL (Reuters) – O cessar-fogo mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entre Irã e Israel parecia estar se mantendo na quarta-feira, um dia depois que os dois países sinalizaram que a guerra aérea terminou, pelo menos por enquanto.

Cada lado reivindicou vitória na terça-feira e concordaram com o cessar-fogo, após 12 dias de guerra, à qual os EUA se juntaram com ataques aéreos em apoio a Israel para derrubar instalações de enriquecimento de urânio do Irã.

O enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, disse no final da terça-feira que as negociações entre os Estados Unidos e o Irã são “promissoras” e que Washington tem esperança de um acordo de paz de longo prazo.

“Já estamos conversando uns com os outros, não apenas diretamente, mas também por meio de interlocutores”, declarou Witkoff em uma entrevista ao programa “The Ingraham Angle”, da Fox News. “Temos esperança de que possamos ter um acordo de paz de longo prazo que ressuscite o Irã.”

A campanha de bombardeio de Israel, lançada com um ataque surpresa em 13 de junho, eliminou o alto escalão da liderança militar do Irã, matou seus principais cientistas nucleares e teve como alvo instalações nucleares e mísseis. O Irã respondeu com mísseis que, pela primeira vez, perfuraram as defesas de Israel em grande número.

As autoridades iranianas disseram que 610 pessoas foram mortas e cerca de 5.000 ficaram feridas no Irã, onde a extensão dos danos não pôde ser confirmada de forma independente devido às fortes restrições impostas à mídia. Vinte e oito pessoas foram mortas em Israel.

Os Estados Unidos aderiram dois dias antes do fim da guerra, lançando enormes bombas destruidoras de bunkers em instalações nucleares, incluindo a mais sensível, enterrada sob uma montanha.

Trump disse que havia “obliterado” o programa nuclear iraniano, impossibilitando o Irã de fabricar uma bomba atômica, efetivamente varrendo da mesa a principal questão de discórdia nas negociações. O Irã sempre negou a busca por armas nucleares.

Mas há incertezas sobre até que ponto o programa nuclear do Irã foi de fato danificado. Um relatório inicial da Agência de Inteligência de Defesa do governo dos EUA indicou que os danos podem ter sido menos graves do que Trump sugeriu, de acordo com três pessoas familiarizadas com o assunto.

Uma das fontes disse que os estoques de urânio enriquecido do Irã não foram eliminados e que seu programa nuclear pode ter sofrido um retrocesso de apenas um ou dois meses. A Casa Branca disse que a avaliação da inteligência estava “completamente errada”.

O secretário de Estado Marco Rubio afirmou ao Politico: “O resultado final é que eles estão muito mais distantes de uma arma nuclear hoje do que estavam antes de o presidente tomar essa medida ousada”.

O Parlamento do Irã aprovou um projeto de lei na quarta-feira para suspender a cooperação com o órgão de vigilância nuclear da ONU, a AIEA, informou a agência de notícias estatal Nournews, acrescentando que tal medida exigiria a aprovação do órgão de segurança máxima.

Cooperar com a AIEA é uma exigência do tratado de não-proliferação que dá ao Irã acesso à tecnologia nuclear, desde que o país se abstenha de buscar uma arma.

Por Gram Slattery e Alexander Cornwell e Parisa Hafezi

Reuters

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