China ainda negocia acordo com França sobre importação de conhaque

PEQUIM/PARIS – China e França concordaram em resolver suas disputas comerciais por meio do diálogo, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês nesta sexta-feira, embora não haja nenhuma indicação de que um acordo tenha sido alcançado nas negociações para suspensão de impostos sobre o conhaque europeu.

As negociações para resolver a disputa sobre o conhaque se aceleraram esta semana, com o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, se encontrando com seu colega francês em Paris, à margem de uma conferência da OCDE. Conversas técnicas sobre o assunto também ocorreram em Pequim.

A última rodada de negociações aumentou as esperanças de um acordo, disseram duas fontes do setor com conhecimento das discussões.

“Os dois lados chegaram a um consenso sobre a resolução de questões econômicas e comerciais por meio de diálogo e consulta”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China após uma ligação com sua contraparte da França.

Medidas antidumping chinesas, que aplicaram taxas de até 39% sobre as importações de conhaque europeu — com a bebida produzida na França sendo a mais afetada — prejudicaram as relações entre Paris e Pequim.

Os impostos sobre o conhaque foram aplicados dias depois de a União Europeia tomar medidas contra as importações de veículos elétricos fabricados na China para proteger a indústria local, levando o presidente francês Emmanuel Macron a acusar Pequim de “pura retaliação”.

As taxas chinesas prejudicaram as vendas de marcas como Hennessy, da LVMH, Martell, da Pernod Ricard, e Remy Cointreau.

Inicialmente, Pequim deveria tomar uma decisão final sobre as taxas até janeiro, mas estendeu o prazo para abril e depois novamente para 5 de julho.

A China está buscando fortalecer os laços comerciais com o bloco de 27 membros, já que as relações com os Estados Unidos pioraram devido à escalada da guerra comercial.

“A França não fará concessões… na proteção de suas indústrias, como o conhaque”, disse o ministro do Comércio francês, Laurent Saint-Martin, após conversas com Wang na quarta-feira.

Enquanto isso, autoridades chinesas sinalizaram aos representantes da indústria, durante três rodadas de reuniões técnicas em Pequim esta semana, que queriam resolver o assunto, disse uma das fontes.

Com importações de cerca de US$1,7 bilhão no ano passado, a China é a mais importante compradora em valor da indústria francesa de conhaque e a segunda maior em volume, depois dos Estados Unidos.

(Reportagem de Xiuhao Chen, Yukun Zhang e Ryan Woo)

(Reuters)

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