Cidadãos apreensivos com a subida gradual dos preços da cesta básica

Lobito – Cidadãos do Lobito e da Catumbela (província de Benguela) estão apreensivos com a tendência de subida gradual dos preços dos produtos da cesta básica, devido a proximidade da quadra festiva, constatou a ANGOP, esta terça-feira.

Numa ronda pelos mercados da Calumba, Tchapanguele e da Catumbela, notou-se que os produtos que mais estão a dar “dor de cabeça” aos compradores são o óleo alimentar, o arroz, o açúcar, o feijão e a fuba.

A caixa de óleo, que no mês passado encontrava-se a vinte e oito mil e quinhentos Kwanzas, hoje está a trinta mil, o saco de arroz de 25 quilos, custa 27 mil Kz, contra os 25 do mês de Novembro.

O quilo de açúcar que custava mil e duzentos Kwanzas em Novembro, comprado já com muita reclamação, aumentou para mil e quinhentos, enquanto que o feijão que se comprava entre mil e quinhentos a mil e setecentos Kz, hoje encontra-se a dois mimiKwanzas.

Selmira João, cliente antiga do mercado da Calumba, lamentou o facto afirmando desesperadamente que “até ao Natal, não haverá bolso que suporte esta tendência”.
“Numa casa com agregado familiar composto por mais de dez pessoas, terá de se cortar alguns produtos imprescindíveis como a carne, o leite e ovos, devido à incapacidade financeira”, desabafou.

Mostrou-se melancólica, afirmando que “já lá se vai o tempo de fazer bolos e comprar o bacalhau para fazer o cozido para a ceia da meia-noite, porque a moeda desvalorizou-se e os salários não suportam essas despesas”.

Por sua vez, Clementina José mostrou-se surpreendida pelo facto de certos bens alimentares de produção nacional aparecerem por vezes mais caros que os importados.

Para esses cidadãos, os comerciantes, na sua maioria cidadãos estrangeiros, dominam o mercado retalhista e nada temem.

“Até parece que já não existe fiscalização do comércio, pois, é muito normal ver-se comerciantes a praticarem preços com uma margem de lucro de 200, 300 por cento ou mais, sem que nada os aconteça”, desabafaram.

Entretanto, Joaquina Jamba, feirante no mercado do Tchapanguele há mais de dez anos, questionada sobre as razões dos preços actualmente praticados, respondeu que nesta altura não há como evitar a subida dos preços dos produtos.

“Somos obrigadas a alterá-los porque também nos deparamos com a sua subida nos armazéns e noutras fontes onde adquirimos os produtos. Ganhamos uma margem mínima de lucro”, justificou.

Já Justina Ngueve, companheira de bancada, acrescentou que nesta altura não são apenas os produtos importados que sobem, mas também os nacionais.

“O cartão de ovos nacional, por exemplo, até o mês passado vendiamos a trez mil e quinhentos, hoje há momentos que pode sair a cinco mil kwanzas”, afirmou.

Entretanto, o director do Gabinete Provincial de Desenvolvimento Económico Integrado, Samuel Maleze, avisou, recentemente, que os agentes económicos que alterarem os preços por negligência, haverão de sentir a “mão pesada do Estado”.

Samuel Maleze teceu estas considerações no fim de um seminário de capacitação dos agentes da ANIESA, com a finalidade de travar a especulação de preços que vários agentes económicos insistem em praticar.

Participaram neste seminário, representantes dos dez municípios da província, nomeadamente Benguela, Lobito, Catumbela, Baia-farta, Bocoio, Balombo, Chongoroi, Caimbambo, Cubal e Ganda.

ANGOP

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