Comunidade rasta apela maior sensibilidade aos guias turísticos

Benguela – A comunidade rasta, fabricante de produtos manufacturados na zona da Praia Morena, na cidade de Benguela, apelou esta terça-feira aos guias que levem os turistas, sobretudo estrangeiros, a conhecer a arte nacional.

Em declarações à ANGOP, Cristo Bacongo, um dos membros da comunidade, reclamou que tem havido situações em que um grupo de turistas estrangeiros tem a Praia Morena como roteiro, mas os autocarros não param para eles verem as montras”.

“Os maiores apreciadores e compradores são os turistas estrangeiros e ultimamente têm aparecido pouquíssimas vezes”, afirmou.

Na sua opinião, o programa deve ser bem feito, de modos que haja tempo para eles descerem, apreciar os produtos e dialogar com os artistas, para saber da história da peça, como foi produzida e o seu o significado. “Podem até não comprar”, enfatizou.

Em relação aos nacionais, muitos deles têm pouco interesse e é necessário que eles também conheçam a cultura nacional, segundo Cristo Bacongo.

Quanto ao volume de negócios, disse ser muito relativo. “Há maior índice de venda quando aparecem os turistas estrangeiros”, relatou.

“Por outro lado, dependemos também, em menor número, dos funcionários da função pública. Quando recebem o salário conseguimos arrecadar alguns valores”, afirmou.

Já o seu colega João Baptista informou que o material mais solicitado são as chinelas de cabedal, as de borracha de pneus de carros, chamadas londindi, pulseiras e roupa feita de pano africano, como a “samacaca”.

“As peças de artesanato são as mais levadas pelos estrangeiros. Normalmente levam o imbondeiro (árvore africana de grande dimensão), mapa de África, o pensador, máscaras e animais selvagens”, informou.

Em relação aos preços, os mais baratos rondam entre os 2.500.00 kwanzas e Akz10.000.00 e estão relacionados com as pulseiras, roupa africana, chinelas de cabedal e outros, enquanto que os de maior porte, como o pensador, os caçadores, mamã zungueira e animais selvagens, vão dos 15 a Akz 30.000.00.

“Os rendimentos não são grande coisa, dá para sobreviver, mas não dá para fazer poupanças. Apenas para comer, pagar renda de casa, as propinas das crianças, água e energia e  outras necessidades pessoais”, desabafou.

A comunidade rasta está instalada nos ateliers da Praia Morena desde o dia 9 de Setembro de 2022, altura em que o Governo Províncial de Benguela fez a entrega dos espaços, após a sua requalificação.

(ANGOP)

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