Luanda, (Lusa) – O presidente da Lobito Atlantic Railway, concessionária do Corredor do Lobito, disse hoje que os contratos de financiamento para desenvolver a infraestrutura que atravessa Angola vão ser assinados nos “próximos meses”.
Francisco Franca falava em Luanda no encontro “ESG em Angola – Desafios e oportunidades, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Angola (CCIPA), em que salientou que, até à data, os investimentos no Corredor do Lobito têm sido feitos pelos acionistas.
O consórcio Lobito Atlantic Railway é constituído pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, que obtiveram, em 2022, a concessão para operar e gerir por 30 anos o chamado Corredor do Lobito, que integra o terminal mineraleiro do Lobito e o caminho de ferro de Benguela, que atravessa Angola ao longo de mais de 1300 quilómetros, até à República Democrática do Congo (RDCongo).
Em causa estão empréstimos no valor de 748 milhões de dólares, dos quais 553 milhões serão provenientes da entidade norte-americana DFC (Corporação Financeira Internacional para o Desenvolvimento) e 195 milhões de dólares do Banco de Desenvolvimento da África Austral (DBSA), além dos 187 milhões investidos pelos acionistas que representam cerca de 20% dos custos do projeto.
Francisco Franca assinalou que o Corredor do Lobito existe há 100 anos e já foi um motor do crescimento de Angola, acrescentando não ter dúvidas de que o projeto vai ser um sucesso, e sublinhando a eficiência que a concessão trouxe à infraestrutura.
“Só começamos a receber material circulante no final do ano passado, iniciámos a operação com os mesmos meios (que já existiam), melhorando a eficiência da gestão e dos meios”, destacou o responsável, adiantando que circularam no corredor do Lobito, no ano passado, 4.200 comboios, a maioria de passageiros (3.400).
O número vai aumentar este ano e nos próximos com a vinda de mais material circulante que permitirá aumentar os volumes de carga.
Essencialmente, esta rota de transporte estratégica que liga as regiões ricas em minério da RDCongo (como a provícncia do Katanga) ao oceano Atlântico transporta minérios, produtos agrícolas e bens alimentares.
“Estamos a investir no material circulante e vamos aumentar os volumes de carga, por isso é importante fechar o financiamento para fazer esses investimentos, mas eles estão a ser feitos não é por ser mais cedo ou mais tarde que os acionistas não investem no projeto”, assegurou o presidente do Conselho de Administração da LAR.
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