Segundo levantamento do Sindicato Nacional de Professores (SINPROF), Angola possui atualmente 216.000 professores. Ainda de acordo com o sindicato, precisam ser contratados mais 76.000 educadores para diminuir a crónica falta de professores no país. A média de admissão anual de novos professores na rede pública é da ordem de 10.000 agentes/ano. Número insuficiente para sanar a falta de docentes em Angola.
Cerca de 47% dos professores do sexo feminino no ensino primário, não possuem nenhum nível de formação pedagógica, esse índice sobe para 53% para os professores do sexo masculino.
No Ciclo I do Ensino Secundário cerca de 57% professores do sexo masculino não possuem nenhuma formação pedagógica, entre as mulheres este índice é de 43%.
Cerca de 29% dos professores do sexo feminino colocados no II ciclo do ensino secundário, não possuem nenhum nível de formação pedagógica contra 71% para os professores do sexo masculino.
Apenas 26% dos professores são do sexo feminino contra 74% dos professores do sexo masculino.
Quantidade e qualidade devem andar juntas
Os dados do Orçamento Geral do Estado (OGE) demonstram um crescimento da despesa do sector da educação nos últimos anos, tendo mais do que duplicado em 5 anos.
Angola ainda continua longe de alcançar as metas estipuladas pela Unicef (Declaração de Incheon de 2015), sendo que o país tem investido em média 7% do OGE na educação, equivalente a 2% do PIB, longe dos mínimos recomendados de 15% e 4%, respectivamente.
Não se ensina bem sem professores bem formados para que o velho adagio não se aplique. O professor acha que ensina e os alunos pensam que aprendem.
Vamos nos enganar até quando?