Prestes a disputar a sua 11ª Olimpíada, Angola segue rumo à França em busca da sua tão sonhada e inédita medalha. A esperança está concentrada nas mãos das meninas do andebol , as “Pérolas”, que representaram o país nas últimas sete edições.
Na sua última participação nos Jogos Olímpicos, em Tóquio, no Japão, em 2020, o andebol do país ocupou o 10o lugar. A primeira participação de Angola foi em 1996 em Atlanta, onde a seleção atingiu o sétimo lugar em oito países representados. Em 1984, o país participou do boicote ao evento nos Estados Unidos e não marcou presença.
No formato com 12 países no torneio olímpico, como é o caso em Paris, as angolanas acabaram no oitavo lugar em 2016 no Rio de Janeiro, no Brasil. A selecção angolana, que participa pela oitava vez nos Jogos Olímpicos, integra o Grupo B com Hungria, Países Baixos, Espanha, Brasil e França, atual campeã olímpica.
Com 17 presenças no Mundial de Andebol Feminino, oito seguidas nos Jogos Olímpicos e 15 títulos africanos, não é um sonho de verão imaginar Angola no pódio.
O treinador dinamarquês Morten Soubak, que comandou as “Pérolas” entre 2017 e 2021, afirma que “Angola tem conseguido produzir novas jogadoras e estar no topo da África o tempo todo,” destacou. “Além do futebol masculino, o que há de mais importante em Angola é o andebol feminino”.
Soubak chegou a treinar duas equipas angolanas: Primeiro de Agosto e Petro de Luanda. Ambas as equipes são responsáveis por esse movimento de captar, desenvolver e revelar atletas.
“O Primeiro de Agosto e o Petro de Luanda começam muito cedo a encontrar crianças por meio de contactos com escolas e outros pequenos clubes em Angola. Eles podem escolher os melhores de forma consistente e continuar a desenvolver jogadores desde o início, e essa é uma das razões pelas quais continuam dominando”, apontou Soubak.
Projeto megalomaníaco com um pouco mais de dois meses antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, o presidente do Comité Olímpico Angolano, Gustavo da Conceição, acredita que é possível que o país esteja representado entre 12 e 14 modalidades diferentes, como andebol, basquetebol, remo, vela, canoagem, atletismo, natação, judô, ténis de mesa, taekwondo e lutas. Difícil. Os ponteiros do relógio estão ligeiros e já há uma contagem regressiva para abertura da competição na França. Além do andebol, por enquanto já carimbaram o passaporte para França atletas do judô, natação, vela, remo, boxe, atletismo e canoagem.
A maior participação angolana foi em Londres, em 2012, com 34 atletas. O número de atletas contou com o reforço do time de basquete feminino. De lá para cá o número de representantes angolanos tem diminuído. Foram 24 no Rio de Janeiro, em 2016, e 20 atletas em Tóquio, em 2020, nas modalidades judô, vela, atletismo, natação e andebol.
Angola vai na oitava participação em Jogos Olímpicos, depois da estreia, em 1996, em Atlanta, nos Estados Unidos da América.
Não é por falta de intercâmbio que Angola não fará bonito em Paris. A equipe de canoagem, por exemplo, está levando sua preparação a sério. A dupla da categoria C2 (canoa), Benilson Sanda e Manuel António, treinará na Hungria, Polónia e Romênia.
Os angolanos do Remo e de Vela se preparam nos Estados Unidos da América e em Portugal. André Matias (remo) treinou nos EUA e participará, em Paris, na prova de embarque “skiff” (individual).
Já a dupla mista em vela, formada por Matias Montinho (timoneiro) e Manuela Paulo (proa), se prepara em Portugal para a disputa das provas da classe 470.
O velejador Filipe André (individual), igualmente em Portugal, vai concorrer nas provas da classe ILCA 7.
Trata-se da terceira vez que Matias vai disputar o campeonato de remo nos Jogos Olímpicos, depois das edições do Rio de Janeiro`2016, onde fez dupla com Paixão Afonso e Manuel Lelo (Laser Standard), em Tóquio`2020.
A nadadora angolana Lia Lima atingiu o índice olímpico no Campeonato Nacional de Natação aberto de Portugal em juvenis, juniores e seniores, qualificativos ao evento ao cronometrar o tempo de 27.59 na prova de 50m livres.
Já a judoca angolana Maria Niangi, da categoria dos -70 kg, conseguiu a vaga em Paris’2024 ao conquistar a medalha de ouro no Campeonato Africano de Judô disputado na Argélia.
Se a seleção nacional de futebol não conseguiu se classificar, o árbitro assistente internacional angolano Jerson Emiliano integra o lote de 12 juízes africanos indicados pela FIFA. Jerson, de 40 anos de idade, possui experiências em competições nacionais, continentais e internacionais, com destaque nos Mundiais da Rússia’2018 e Qatar’2022.