Luanda, (Lusa) – O diretor do Gabinete de Assuntos Africanos do Departamento de Estado norte-americano garantiu hoje que a diplomacia económica dos EUA está focada no setor privado e na criação de oportunidades de negócio em África, destacando Angola como exemplo de transformação.
Troy Fitrell, que discursava sobre a diplomacia dos EUA na cerimónia de abertura da 17.ª edição da Cimeira Empresarial EUA–África, que decorre em Luanda até quarta-feira, sublinhou o seu vínculo pessoal com o país onde se sente em casa.
“Vim pela primeira vez há 25 anos e Angola mudou muito. Pensem em como era há 25 anos agora e vejam que estão numa trajetória espantosa”, afirmou.
“Às vezes focamo-nos no negativo e temos de olhar para o positivo. Quando olhamos para o que Angola fez nos últimos 25 anos é espantoso e isso reflete tudo o que tem acontecido no continente. África não é o mesmo lugar de há 25 anos e as relações também evoluem”, destacou.
O responsável recordou que os EUA apresentaram recentemente, em Abidjan, uma nova estratégia comercial para o continente, adaptada ao contexto atual. “Fizemos isso porque o mundo mudou, os EUA mudaram, os mercados mudaram, as economias são muito diferentes do que eram há 25 anos”, explicou, justificando a mudança de abordagem na diplomacia económica.
Fitrell enfatizou que as embaixadas norte-americanas devem atuar em função dos resultados junto do setor privado: “As nossas embaixadas trabalham para vocês, setor privado. É por aí que avaliamos os nossos embaixadores, pela forma como vos apoiam. Se os nossos embaixadores não nos trazem acordos empresariais e novas oportunidades de negócios e crescimento económico sustentável, perguntem-lhes porquê. Devem estar a oferecer-nos oportunidades todos os dias”.
Acrescentou ainda que os Estados Unidos trabalham de perto com as câmaras de comércio e os empresários numa “verdadeira parceria”.
Como prioridade, apontou os investimentos em infraestruturas que incluem também a modernização digital: “Precisamos de investimento maciço em infraestruturas. Normalmente pensamos em estradas, redes elétricas, mas não podemos esquecer o digital. Não podemos participar na economia moderna sem ter uma arquitetura digital moderna e segura”.
O responsável norte-americano lembrou que, nesta cimeira, os EUA trouxeram “quase mil empresários” e que a aposta em missões comerciais vai continuar para trazer mais empresas americanas para fazer negócios em África.
Destacou ainda o papel das agências governamentais e outras instituições como a US International Development Finance Corporation (DFC), a instituição norte-americana de financiamento para o desenvolvimento, o EximBank e o Departamento de Comércio, que devem também ser mais rápidas.
Fitrell concluiu reforçando que o modelo de negócios “à americana” é benéfico e útil para África, salientando que está focado na tecnologia, inovação e força de trabalho. “Investir no capital humano é a maneira americana de fazer negócios. Temos um objetivo comum e estamos juntos. Esta é uma grande oportunidade — vamos fazer negócios esta semana e nos próximos anos”, reforçou.
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