Especialista brasileiro em solos defende plantio directo em Angola

Lubango – O especialista brasileiro em fertilidade de solos e nutrição de plantas, Silvano Moreira, admitiu no Lubango, que Angola tem condições para implementar, em massa, o Sistema de Plantio Directo (SPD), que vai ajudar a aumentar a produção e a reduzir os custos de produção no sector agrícola.

O Sistema de Plantio Directo (SPD) é uma técnica agrícola que consiste em semear no solo sem a submersão prévia, utilizando semeadoras especiais. É um processo diferenciado de manejo do solo e reduz o impacto da agricultura e das máquinas agrícolas sobre o mesmo.

É o método mais conservacionista de trabalhar a terra para fins agro-pecuários. Caracteriza-se pela busca incessante da rentabilidade do sistema agrícola produtivo por meio da máxima expressão dos potenciais genético, edáfico e ambiental.

No referido método, a palha e os demais restos vegetais de outras culturas são mantidos na superfície do solo, garantindo cobertura e protecção do mesmo contra processos danosos, tais como a erosão.

Nele, o solo só é manipulado no momento do plantio, quando é aberto um sulco onde são depositados sementes e fertilizantes.

O sistema protege contra a erosão do vento e da água, cria uma microflora favorável no solo, reduz o consumo de combustível, os custos de mão-de-obra, o tempo necessário para os processos técnicos, aumenta a fertilidade do solo , a estabilidade da estrutura física do solo, a actividade biológica do solo e ainda a produtividade agrícola.

O especialista falava no quadro da formação do curso de “Construção de perfil de solo, fertilidade e nutrição das plantas”, promovido pela Universidade Mandume ya Ndemufayo, a Jardins da Yoba, Universidade de Federal de Lavras (UFLA) do Brasil, e parceiros, ministrado em Outubro último.

Afirmou que o Brasil essa experiência foi introduzida na década de 70, no começo com fracos resultados porque não se tinha feito a devida correcção dos solos, pelo que se teve que recomeçar e hoje é um sucesso.

“Não queremos que Angola repita a mesma experiência ruim. Quando o solo é corrigido, melhoramos a eficiência do uso de nutrientes e depois de instalar o sistema de plantio directo ao longo dos anos constrói-se um sistema muito resistente e produtivo e é algo que nós pretendemos trazer para trabalhar juntos com todos os interessados”, manifestou.

Declarou que os solos de Angola como os do Brasil são “pobres” em matérias orgânicas e o plantio directo vem para melhorar o uso da água, aumentar a matéria orgânica do solo, no sentido que quando o produtor colocar um adubo ou fertilizante, não seja perdido no solo.

O também docente na UFLA reiterou que a partir do momento que o solo é corrigido, com calcário ou gesso, já se tem condições para iniciar o sistema do plantio directo, basta entrar com a cultura de cobertura e depois entrar com a planta para fazer o plantio directo, sem outra preparação.

Para o pequeno produtor, segundo a fonte, há necessidade de mostrar a importância do sistema, de forma a melhorar a eficiência do uso da água entre outros benefícios do processo, uma técnica que só precisa de ser adaptada às condições de Angola.

ANGOP

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