Especialista defende reforço de mecanismos de defesa contra tabagismo

Luanda – A responsável da Unidade de Intervenção Local do Instituto Nacional de Luta Anti-Drogas (INALUD) em Luanda, Nazaré Baptista, defendeu o reforço dos mecanismos de defesa contra o uso excessivo do tabaco em Angola, sobretudo no seio dos jovens e adolescentes.

Por Amélia Cabinda, jornalista da ANGOP

Em entrevista à ANGOP por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado a 31 de Maio de cada ano, Nazaré Baptista disse ser necessário que a lei se faça sentir com maior realce nas comunidades, para que este mal se minimize no seio dos jovens.

“Eu acho que faltam fiscais, reforçar, fazer com que as pessoas estejam atentas e sejam responsabilizadas principalmente os comerciantes que vendem tabaco a menores de 18 anos”, disse.

A também coordenadora do Programa Provincial da Saúde Escolar na província de Luanda fez saber que os jovens e adolescentes, dos 15 aos 24 anos, estão entre os maiores consumidores do tabaco, em Angola.

“O próprio tabaco vai tendo diferentes apresentações que chamam a atenção dos adolescentes e jovens, fazendo com que muitos desses jovens também queiram chamar essa atenção, mas é sobretudo a juventude dos 18 aos 24 anos que está a consumir muito cigarro, sendo mais rapazes do que meninas”, referiu.

Neste sentido, incentivou a promoção de iniciativas como palestras, workshops, entre outras acções, nas instituições de ensino, de modo a sensibilizar a comunidade aos perigos do consumo destas substâncias.

Segundo Nazaré Baptista, a prevenção deve ser feita desde o nível primário e a todos os níveis, “principalmente começando nas escolas e na comunidade”.

A nível mundial, a prevalência do tabagismo caiu em um terço, nas últimas duas décadas, com 300 milhões de fumantes a menos hoje, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Este ano, o Dia Mundial de Luta contra o Tabagismo está a ser celebrado sob o lema “Desmascarando a Indústria do Tabaco”, explicou Nazaré Baptista.

 

Eis a entrevista na íntegra:

 

Agência Angola Press (ANGOP) – Assinala-se hoje o Dia Mundial de Luta contra o Tabagismo, o que é o tabagismo?

Nazaré Baptista (NB) – O tabagismo é o consumo excessivo do tabaco, uma droga lícita que contém a nicotina, substância que está presente em todo o tipo de cigarro, seja tabaco ou cigarro em forma de papel.

A liamba também, como nós sabemos, é uma planta que as pessoas usam como se fosse tabaco, que pode provocar várias reacções ao indivíduo.

Podemos também dizer que o tabaco é uma substância psicotrópica que actua no cérebro do indivíduo, influenciando a sua saúde.

Portando, a nicotina, que está presente no tabagismo, que pode inibir o cérebro do indivíduo, provocando várias reacções, entre as quais o aumento ou a perca de apetite, o aumento da vontade de consumir mais cigarro, entre outras consequências.

ANGOP – Quais são as consequências e as doenças mais comuns do tabagismo?

NB – As consequências são várias, pois existem muitas enfermidades que o tabagismo provoca na saúde do indivíduo, entre as quais o cancro do pulmão, do estômago, da laringe, do nariz, da garganta e da mama para as mulheres, assim como impotência sexual para os homens.

O tabagismo pode também influenciar na queda dos dentes, pode provocar cataratas, rugas, perda da audição e descoloração dos dedos.

O uso de tanto tabaco ou cigarro muitas vezes sabemos que tem os seus gestos próprios, levar o cigarro à boca, então também pode trazer a descoloração dos dedos e a inflamação dos vasos sanguíneos. Então é uma série de doenças e consequências do tabagismo para a saúde do indivíduo.

Nós já temos um nó que chamamos corpo do fumador. É uma pena que não conseguem ver, mas se as pessoas virem a imagem ilustrada do corpo de um fumador acredito que todo o fumador que vir esta imagem já não fuma, porque as consequências são muitas.

ANGOP – Quais são os sintomas do tabagismo?

NB – Os sintomas provocados pelo tabagismo são vários. Temos as náuseas, vómitos, rouquidão na voz do indivíduo, dor corporal, falta de apetite, entre outros.

ANGOP – Que motivos que levam as pessoas a fumar?

NB – Isso vai depender do gosto de cada um. Sabemos que há o vício, como também o uso de bebidas alcoólicas, mas tem aquelas pessoas que o fazem de forma moderada e outras de forma abusada. Então, para aqueles que, por exemplo, fazem de forma abusada, já deixa de ser um vício normal e passa a ser um vício anormal.

Porque as pessoas vão consumir mais daquilo que deveriam consumir e isso vai começar já a causar danos à sua saúde.

Porque tudo começa numa brincadeira, tudo começa a calhar no meio social, numa festa ou numa brincadeira na escola.

Há pessoas que já fumam desde a sua adolescência e vão fumando, o vício vai crescendo, já levam mais de 10 anos a fazer o uso do cigarro e, muitas vezes, já não conseguem deixar o vício. Já têm que fazer terapias para deixar o vício do tabagismo.

ANGOP – Além da nicotina, que outras substâncias tóxicas compõem o cigarro?

NB – A substância tóxica que compõe o cigarro é a nicotina, só temos a nicotina, que é a substância principal que está dentro de uma compulsão do cigarro, que vai causar a dependência do tabaco.

ANGOP – Existe alguma vantagens em ser fumador?

NB – Eu acho que só existem desvantagens, não há vantagens. A única vantagem aparente que se pode criar é o estilo, é a vaidade de pegar um cigarro, mas, no meu ponto de vista, não existe nenhuma vantagem para o cigarro.

É tudo uma desvantagem, porque só traz consequências para a saúde dos indivíduos que fazem o uso do tabaco.

ANGOP – O que é um fumador passivo?

NB – Um fumante passivo é aquela pessoa que está presente na altura em que o fumador activo está a fazer uso do cigarro e que também acaba por ter as mesmas consequências daquele que faz o uso activo, que fuma.

O fumador passivo é aquele que não fuma, mas está constantemente ao lado ou no meio de pessoas que fumam. Acaba inalando também aquele fumo.

Então este é o que nós chamamos de fumante passivo.

ANGOP – Que riscos podem correr os fumadores passivos?

NB – Também correm riscos, provavelmente não corram o risco de forma tão agravante como os activos, mas o facto de estar todo o tempo no meio de pessoas que fumam também acaba por ter algum risco.

ANGOP – Como prevenir o tabagismo?

NB – Acho que a prevenção passa mesmo por não fazer o uso, evitar o máximo, não se deixar levar pelo meio, não se deixar levar pelas pessoas que eu quero influenciar para fazer uso do cigarro.

Porque na verdade todo aquele que é adulto, maior de 18 anos, pode fazer uso, porque é uma droga lícita.

Mas nós não aconselhamos em termos de saúde que as pessoas façam uso do tabagismo.

ANGOP – Quantos tipos de tabagismo existem?

NB – Temos o cigarro, o charuto, o cachimbo, o cigarro de palha e os cigarros comuns. Dentro de todas essas apresentações do tabaco está presente a nicotina, como substância principal.

ANGOP – E dessas apresentações qual é mais usada?

NB – Eu acho que aqui na nossa sociedade usa-se muito o cigarro normal, o cigarro convencional, industrializado, que vendem em maços. Ao nível das pessoas que têm dinheiro tem aquelas que fazem uso do cigarro de papel, põem as folhas e enrolam no papel e fazem uso.

E também tem aqueles que fazem uso do tabaco mesmo, na folha do próprio tabaco, embora nós aqui não temos grandes plantações de tabaco, como noutros países, por exemplo em países da América Latina como na Colômbia e em Cuba, que são grandes produtores de tabaco.

Nesses países fazem já directamente na folha do tabaco. Nós aqui em Angola, até onde eu sei, não temos produção de tabaco, mas as pessoas fazem o uso daquele tabaco também avulso, em folhas e põem no papel, enrolam e fumam, como é o caso da liamba. A liamba é desfeita, folha seca, põe-se no papel, enrolam e vão fumando.

ANGOP – Como combater o tabagismo?

NB – No nosso país, por intermédio mesmo do INALUD, que é a entidade, a nível nacional, responsável pelas políticas de prevenção contra as drogas.

Nós pensamos que a prevenção deve ser feita desde o nível primário. Estamos a falar de uma prevenção que deve ser feita a todos os níveis, principalmente começando nas escolas e na comunidade.

Devemos incutir nas crianças desde cedo que o tabagismo, apesar de ser uma droga lícita, é prejudicial à saúde e não devem fazer uso do tabaco, ou seja, explicando a elas quais são as consequências do tabagismo.

Por isso é que normalmente o INALUD, todos os anos, realiza actividades alusivas ao Dia Mundial Sem Tabaco.

Além das actividades que realizamos no Dia Mundial Sem Tabaco, também promovemos palestras de forma preventiva nas escolas e nas comunidades.

Essas actividades visam trabalhar com os alunos do ensino primário, em escolas primárias públicas e privadas, ao nível de todo o país, porque nós temos representação do INALUD em todas as províncias do país, que têm replicado as informações, as políticas de intervenção contra as drogas ao nível da sociedade angolana.

Então, por meio das escolas, fazemos essa prevenção para toda a sociedade, incutindo nos alunos, nos professores e na comunidade em geral que o tabagismo só tem consequências maléficas para a saúde do indivíduo, que não tem benefícios para a sua saúde e que essa prática pode levar à morte.

Imagine que nos homens, quando o uso do tabagismo é feito de forma excessiva, pode levar também à impotência sexual.

Então, nós fazemos essa prevenção através da comunidade, com os alunos, com os professores e com os técnicos de saúde, nas escolas e na comunidade em geral.

ANGOP – Por que o cigarro vicia?

NB – Todo o vício, no meu entender, só se torna vício quando as pessoas fazem o uso frequente, por ser uma substância que inibe o cérebro e faz com que o indivíduo, cada vez mais, queira fazer o uso dessa mesma substância.

É como se ele estivesse a comer algo, provocando a dependência do vício do tabaco.

Então, a nicotina tem esse poder de inibir o cérebro do indivíduo e fazer com que ele vá querendo mais e mais fazer o uso do tabaco.

ANGOP – Para os fumadores, o que  devem fazer para evitar fumar?

NB – Deixar de fumar não pode ser de forma repentina, porque o indivíduo não vai conseguir. Tem que ser um processo paulatino.

Ele primeiro tem que ter a vontade de deixar. Não pode ser obrigado. Dizendo por exemplo tu hoje já não podes fumar.

Não pode ser desse jeito. Ele próprio é que tem que sentir essa necessidade. O indivíduo que faz o uso excessivo do tabaco deve sentir essa necessidade.

Tem que ser paulatinamente. Ele dizendo, eu já não quero mais fumar, só está prejudicando a minha saúde. Porque esses indivíduos, se você verificar, na sua maioria são magrinhos.

Quando a pessoa já tem esse vício, de forma acentuada, já não come. Pode fumar dois maços de cigarro por dia, mas esquece que tem que se alimentar. Então, o processo para deixar o vício deve ser de forma paulatina.

E, se for possível, até pode ir a um psicólogo para ser acompanhado, para ter uma terapia como vai deixar o vício.

Porque, às vezes, por si só, não consegue, Mas também precisa de uma rede de apoio.

Quando estamos a falar da rede de apoio, estamos a falar da família, dos amigos, chamar a atenção. Pressionando, dizendo tu não disseste que irias deixar já, mas estás a fumar mais.

Fazer mesmo aquele sentido de sensibilização, do combate, ajudá-lo.

Porque ele, por si só, pode cair de novo, pode ter uma recaída. Ele pode dizer, não, eu já não quero mais, eu vou deixar, mas também pode ter uma recaída e voltar a fazer o uso do tabaco.

ANGOP – Como reduzir os danos do tabagismo?

NB – Isso é muito difícil, reduzir é aquilo que eu já falei, o indivíduo tem mesmo que ser acompanhado, pois vai precisar de uma terapia.

Mas, primeiro, ele precisa de ter força de vontade. Tem que partir dele.

Porque muitos só deixam quando já o estado de saúde está grave. Muitos vão à consulta, vão ao médico, e o médico diz, olha, foste detectado com um cancro no pulmão, ontem um cancro na laringe, está a ter problemas disto, daquilo, e vai ter que deixar de fumar. Aí muitos caem em si e deixam.

Se calhar conversando, com terapeutas, com uma rede de apoio bem estruturada.

Estamos a falar, começando pela própria família, os amigos, o meio que o rodeia. Também é um mecanismo de vencer o tabagismo.

Mas se essa rede de apoio notar que, por exemplo, você é um indivíduo que tem um corpo bem estruturado, mas, desde que começou a fazer uso do tabaco, começou a perder peso, porque já não se alimenta em condições, em vez de comer, fuma mais do que come, estão a dar conta, então é preciso chamar a atenção a essa pessoa.

E chamar a atenção é chamá-lo à consciência. E se ele aceitar de bom grado, muitas vezes, é uma boa conversa, é uma boa sensibilização por parte da família, por parte dos amigos, até conseguimos tirá-lo desse vício antes de prejudicar a sua saúde e chegar às unidades sanitárias.

Porque muitos só deixam depois de o médico ser duro com eles.

A informação cai, às vezes, como uma facada no meio do coração, não é?

Muitas vezes deixa bruscamente, mas ele não consegue deixar de forma tão repentina.

ANGOP – Quais são os benefícios do tabaco para a saúde?

NB – Nenhum. Não há benefício nenhum. Até agora, não temos nenhum benefício que o tabaco traz para a saúde, pelo contrário, só tem prejuízos.

O único benefício é o prazer e o estilo. Só na aparência do indivíduo.

Mas, benefícios para a saúde do indivíduo o tabaco não traz nenhum. Felizmente.

ANGOP – Mesmo assim, há cada vez muito mais jovens, até adolescentes, a fumar. O que leva esta faixa etária ao tabagismo?

NB – Pelo que nós sabemos, o tabagismo não é de hoje. Já existe há muitos anos e, cada dia que passa, as sociedades vão modernizando-se.

As sociedades não são estáticas, são dinâmicas. O próprio tabaco vai tendo diferentes apresentações que chamam a atenção aos adolescentes e jovens, a nível do mundo, e fazem com que muitos desses jovens também queiram chamar essa atenção.

Porque nós sabemos que a adolescência é um período de muita confusão na vida do indivíduo, quando está saindo da fase de criança para a fase adulta. Então, ele fica naquela coisa de se afirmar como jovem, também quer ser notado.

Então, muitas vezes, muitos desses jovens fazem uso do tabagismo por vaidade, por prazer, pelo meio também que os rodeia, principalmente aqueles que já frequentam as noites, que já frequentam as grandes festas no bairro.

Então, por essa razão é que nós realizamos as nossas actividades nas escolas.

Agora vamos realizar as actividades do Dia Mundial Sem Tabaco.

Vamos apresentar este mês as peças de teatro que estão a ser ensaiadas e o concurso de redacção e desenho que é feito pelo INALUD central, ao nível de todo o país, onde são seleccionadas três escolas do ensino primário e 48 alunos que vão concursar.

No fim, serão premiados a melhor redacção e o melhor desenho sobre o tabagismo que todos os anos é feito com base no lema que a OMS lança, sendo que, este ano, temos como lema “Desmascarando a Indústria do Tabaco”.

Então, esses alunos estão agora a trabalhar nisso, estão a fazer redacções, estão a fazer desenhos que vão mostrar os malefícios que o tabaco traz para a saúde do indivíduo e para a sociedade.

O município que vai acolher a actividade, este ano é o Kilamba Kiaxi.

Já foram seleccionadas três escolas, estamos a falar das escolas 8008, 8040 e temos também a escola privada Palatina, que fica no Camama, são essas três escolas ao nível de Luanda.

ANGOP – Que políticas devem ser adaptadas para prevenir o tabagismo entre os jovens?

NB – Primeiro, trabalhar com a lei. A nova lei que foi aprovada pela Assembleia Nacional para então cumprirmos com aquilo que já existe, não vender nem bebidas alcoólicas nem cigarros a menores de 18 anos, fazer cumprir essa lei que já existe há muitos anos, mas infelizmente não se faz sentir.

Eu acho que faltam fiscais, fazer com que as pessoas estejam atentas e sejam responsabilizadas principalmente os comerciantes que vendem a menores de 18 anos.

Segundo, continuar a trabalhar na prevenção, nas escolas, na comunidade, em toda a sociedade, chamar a atenção à população que o cigarro não tem benefícios, até porque no rótulo do maço de cigarro diz “O cigarro mata”, o cigarro é prejudicial para a saúde, mas ainda assim as pessoas que já têm o vício do tabagismo não deixam.

Então, apelar aos jovens para não fazerem o uso do cigarro, porque não tem benefícios nenhuns, fazer com que esses comerciantes que fazem a venda a menores de 18 anos não o façam e que sejam responsabilizados quando o fizerem.

E continuamos a trabalhar na prevenção, fazendo as nossas palestras, teatros e músicas em prol da diminuição do consumo do tabaco ao nível de toda a sociedade.

ANGOP – O que é pior: beber ou fumar?

NB – Eu acho que aí não há um meio-termo, as duas coisas são prejudiciais para a saúde do indivíduo.

Como vemos, o corpo do fumador, quando é feito de forma abusiva, tanto a bebida como o cigarro, os dois vão danificar a saúde do indivíduo.

O cigarro, se for consumido de forma moderada, não de forma abusiva, pode se calhar não fazer prejuízos tão alarmantes na vida do indivíduo.

A bebida, a mesma coisa, se não for consumida de forma abusiva, de forma desregrada, também pode não fazer. Mas para mim, os dois são prejudiciais para a saúde.

ANGOP – Quais são os riscos para quem convive com fumantes?

NB – É o fumador passivo, ele pode não ter os mesmos riscos tão graves como o que consome, mas o facto de ele estar todo o tempo ali, exposto ao fumo do cigarro, sim, pode também ter algumas complicações de saúde.

Não aconselhamos a estar próximo de pessoas que fazem o uso constante de tabaco.

ANGOP – Que alimentos podem ajudar a parar de fumar?

NB – Não sei. Eu desconheço. Se eu disser agora que há alimentos próprios que podem ajudar não vêm agora à mente.

Eu acho que, normalmente, a pessoa que fazem uso excessivo do tabaco, normalmente, como a nicotina funciona como uma substância psico-activa na mente do indivíduo, ela faz com que, muitas vezes, esse indivíduo esqueça até que tenha que comer e fique mais viciado no tabaco.

Porque ela tem esse poder de inibir o cérebro do viciado. Aqui, o que nós aconselhamos é mesmo o indivíduo ir deixando, fazer menos uso do tabaco possível para melhorar a sua alimentação, porque as pessoas que fazem uso excessivo do tabaco esquecem que têm que se alimentar.

E deve ter uma dieta rica em proteínas, em fibras, em alimentos gordurosos, como, por exemplo, consumir, fazer uso do óleo vegetal, da manteiga e para poder recuperar o corpo, porque, muitas vezes, muitos acabam mesmo por ficar magrinhos.

Mas, ainda assim, aconselhamos os indivíduos a fazerem a sua rotina normal da alimentação com produtos ricos em fibra, proteína e em carbohidratos, para manter a sua saúde equilibrada.

Não fazer também o uso de coisas que sabem que vão fazer uma alimentação desregrada, comer a horas, tudo isso também conta.

ANGOP – Em termos de idade, qual é a percentagem dos fumantes?

NB – Há jovens a começar a fumar cada vez mais cedo. Não estamos a falar de crianças, mas adolescentes de 12 e 13 anos já estão a fumar.

Podemos ter uma faixa etária, mas a predominante está entre os 18 e 19, assim como entre 45 e 50 anos de idade.

Mas a juventude dos 15 aos 24 anos, dos 18 aos 24 estão a consumir muito cigarro. Temos esses dois intervalos aí a competirem mas sempre mais rapazes do que meninas.

ANGOP – Como andam as estatísticas de mortes associadas ao tabagismo?

NB – Não temos uma cifra, infelizmente. Nos últimos relatórios que tivemos consta apenas o número de mortes por coma alcoólico e não por uso de tabagismo.

ANGOP – Que mensagem deixa para os fumadores e não fumadores?

NB – Bom, aos fumantes eu diria que o tabaco não tem benefícios para a saúde. Por isso, aconselho mesmo a deixarem, porque só traz consequências graves à saúde que podem levar à morte.

Estamos a falar do cancro do pulmão, estamos a falar da impotência sexual para os homens, estamos a falar da morte fetal para as mulheres, porque temos visto também grávidas a fazerem o consumo do tabaco.

As grávidas não devem fumar porque o tabaco pode danificar a saúde do feto.

Então, não há benefícios saudáveis para quem fuma, mas sim prejuízos para a sua saúde.

Aconselhamos a deixar porque esse cigarro que você está acendendo hoje pode ceifar a sua vida amanhã. Então, não ao uso do tabaco.

(ANGOP)

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