EUA prometem manter parceria econômica com Angola na 39ª edição da Feira Internacional de Luanda

Se levar em conta, como já foi destacado neste Angola Viva, que o Relatório Doing Business do Banco Mundial apontou que Angola ocupa a 177ª posição entre 190 países avaliados no mundo no quesito facilidade de se fazer negócios, o anúncio de que os Estados Unidos da América pretendem manter a parceria econômica com o país é um sopro de esperança.

A garantia foi dada pelo embaixador norte-americano em Angola, Tulinabo Mushingi, durante o segundo Fórum Empresarial EUA-Angola, na Feira Internacional de Luanda (FILDA 2024), que terminou neste domingo. O diplomata sublinhou que a relação bilateral entre os dois países continua a se expandir em várias áreas, com destaque para o comércio e captação de investimento americano.

A FILDA, que contou com mais de mil e 350 expositores, é a maior montra de promoção nacional, da realização de negócios e do fomento de empregos. Inclusivamente, o carácter internacional do evento também tem uma impressão digital no fomento da diversificação da economia.

A 39ª edição da FILDA teve como lema “Segurança alimentar e parceria internacional: o binómio da diversificação económica”. A sua realização na Zona Económica Especial configura-se como um convite directo ou indirecto ao investimento em Angola. Nesta edição, a feira contou com a participação de países como África do Sul, Namíbia, Itália, Alemanha, Brasil, Portugal, EUA, Coreia do Sul e Turquia.

“Além do sector petrolífero, o investimento americano será feito noutros setores-chave, como agronegócio, tecnologia de informação e digital, infraestruturas de transporte, energia e saúde, setores que ajudarão a diversificar a economia angolana”, destacou o embaixador norte-americano.

Tulinabo Mushingi recordou que durante a Cimeira Empresarial EUA-África, realizada em maio deste ano, o Banco de Exportação-Importação dos EUA finalizou com Angola três transações históricas, avaliadas em mais de mil milhões de dólares, sendo a primeira de USD 900 milhões destinados a apoiar a construção de duas centrais de energia solar no país.

Afirmou ainda que o projeto, depois de concluído, vai gerar mais de 500 megawatts de energia renovável, significando mais acesso à energia limpa e à eletricidade em Angola, e ser um valor acrescentado no ambiente de negócios.

A segunda transação, prosseguiu, no valor de 363 milhões de dólares, servirá para 186 pontes modulares pré-fabricadas de aço para a construção deste tipo de infraestruturas em todas as províncias de Angola, garantindo a melhoria nas conexões, a redução do tempo de viagem, bem como impulsionar a actividade económica e facilitar a mobilidade.

Lembrou que o último acordo, firmado com a Gates Air, foi uma transação de 42 milhões de dólares, para a digitalização e expansão do sinal da Rádio Nacional de Angola, prevendo alcançar cerca de 95 por cento da população angolana.

O embaixador sublinhou também que em abril de 2023, em Washington, o ministro angolano dos Transportes iniciou um acordo bilateral de “Céus Abertos”, que visa aumentar a conectividade aérea entre os EUA e Angola.

Esse acordo, vaticinou, vai gerar novas oportunidades para o comércio, turismo e investimento. Acrescentou que a Boeing e a Companhia Aérea Angolana, TAAG, anunciaram um acordo para comprar 10 novos modelos de avião 787s, avaliados em 3,6 mil milhões de dólares, um testemunho das crescentes relações comerciais bilaterais no sector da aviação.

Segundo o diplomata americano, esses investimentos, juntamente com os já existentes, fruto da parceria bilateral, estão a transformar Angola num centro regional de transporte aéreo.

O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino entende ser necessário continuar a injectar recursos na agricultura para permitir desenvolver a actividade, bem como investir nas estradas, manutenção das mesmas, a fim de facilitar o transporte dos produtos e permitir que sejam mais baratos, mais eficientes e depois,“obviamente, substituirmos a importação de matéria-prima”.

   

Mais de 800 crianças regressam à escola com apoio de jovens empresários

Outra boa notícia apresentada na Filda é de que mais de 800 crianças foram inseridas no sistema de ensino, no ano letivo transato, no âmbito do projeto da Organização de Jovens Empresários da União Europeia (JEUNE).

A informação foi avançada pelo presidente da Associação de Jovens Empresários da União Europeia (JEUNE), Alberto Carvalho Neto.

O projeto faz parte do protocolo da organização “De regresso à escola”, que garantiu a inserção ao sistema de ensino de crianças que abandonaram a escola por motivos familiares e económicos.

JEUNE conta ainda com o projecto “Biblioteca Despadronizada”, as bibliotecas debaixo da passadeira superior da avenida Deolinda Rodrigues, em Viana. Alberto Neto fez saber que o referido projecto de bibliotecas será criado em outros 10 espaços, de modo a contribuir para o gosto pela leitura e promover a empregabilidade.

Um projeto sobre transição energética, que também vai contar com envolvimento de jovens, foi apresentado pela Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol).

Segundo o director comercial da Sonangol Gás e Energias Renováveis, Iuri Costa, o evento visou mostrar o projecto aos estudantes do Instituto Superior Politécnico de Tecnologia e Ciências.

Referiu ainda que a instituição tem a vertente formativa alinhada com a vertente de implementação de projecto. Acrescentou que a conferência permitiu fornecer conhecimentos aos jovens e reforçar o alinhamento da componente educacional.

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