PEQUIM (Reuters) – As tarifas dos Estados Unidos causarão danos significativos à economia do país à medida que outros países revidarem com “tarifas altas” sobre os produtos norte-americanos, alertou a mídia estatal chinesa, deixando a porta aberta para mais medidas por parte de Pequim conforme outra onda de impostos se aproxima.
Apenas dois meses após retornar à Casa Branca, o presidente Donald Trump desencadeou conflitos comerciais com China, Canadá, México e União Europeia. Trump também está ameaçando com tarifas recíprocas a todos os países que taxam as importações dos EUA, com essas taxas podendo entrar em vigor em 2 de abril.
A China respondeu rapidamente com contramedidas em fevereiro e março, quando duas rodadas de tarifas de Trump entraram em vigor. E Pequim deve reagir rapidamente às tarifas de abril, caso elas entrem em vigor.
“Em resposta às tarifas dos EUA, seus parceiros comerciais não ficarão de braços cruzados”, escreveu o tabloide nacionalista chinês Global Times em um editorial nesta terça-feira.
“A retaliação com tarifas altas sobre as exportações dos EUA pode se tornar uma opção para muitos países.”
Pequim impôs taxas retaliatórias sobre as exportações agrícolas e de alimentos dos EUA, adotou restrições sobre exportações e investimentos de 25 empresas norte-americanas, suspendeu as licenças de importação de soja de três empresas norte- americanas e interrompeu as importações de madeira dos EUA.
A China também iniciou investigações sobre alguns produtos de fibra ótica dos EUA.
Para ajudar as empresas estrangeiras sediadas na China a resistir a “choques externos”, o Ministério do Comércio tomará uma série de medidas para ajudá-las a expandir as vendas no país, de acordo com Yuyuan Tantian, uma conta de mídia social afiliada à emissora estatal CCTV, na segunda-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto.
“Muitos países estão buscando ativamente diversificar suas parcerias econômicas e reduzir sua dependência dos EUA, forjando novas alianças comerciais”, disse o Global Times.