Namacunde – Cento e 62 crianças órfãs e portadoras do VIH/Sida do município de Namacunde, província do Cunene, foram inseridas no sistema normal de ensino e aprendizagem durante os anos de 2023 e 2024, com ajuda do projecto denominado “Evatelo Lounona”.
O projecto Evatelo Lounona afecto à Associação de Desenvolvimento e Enquadramento Social de Populações Vulneráveis (ADESPOV) implementado em Setembro de 2023, ajudou crianças dos 5 aos 10 anos, com kits escolares e sua inserção no ensino.
Trata-se de 107 menores enquadrados na escola primária 4 de Abril e 55 na escola de Omulova, que encontravam-se apenas em casa sem estudar por falta de possibilidade dos familiares, desde materiais escolares e registo de nascimento.
Ao intervir este sábado no acto de encerramento do referido projecto, o coordenador da ADESPOV no Cunene, António Pindali, disse que os menores também beneficiaram dos serviços de registo de nascimento e de saúde (vacinação).
Fez saber que 30 progenitores em situação de vulnerabilidade foram formados nos cursos de serralharia, empreendedorismo, pastelaria e culinária, assim como receberam kits profissionais, para a promoção do auto emprego.
António Pindali disse que o projecto formou igualmente 10 agentes comunitários de saúde que se ocuparam no trabalho de sensibilização de cerca de mil famílias em matérias sobre prevenção do VIH/Sida, nas comunidades.
A propósito, o director-geral da ADESPOV, Julião Agostinho, considerou de satisfatório os resultados alcançados, sublinhando que da acção programada, foi cumprido com sucesso, a favor da satisfação das necessidades das crianças e das famílias.
O responsável manifestou-se satisfeito com o apoio e o envolvimento do Banco de Fomento Angola (BFA) e da administração municipal de Namacunde, tornando possível a materialização do projecto com resultados animadores.
“Esperamos que as crianças inseridas no sistema de ensino e com os assentos de registo de nascimento adquiridos, possam dar continuidade dos estudos e no futuro contribuírem para o crescimento económico de Angola”, realçou.
Julião Agostinho apelou aos beneficiários dos kits profissionais, no sentido de empenhar-se ao máximo na criação de pequenos negócios para terem uma renda sustentável que permita prover o sustento das famílias.
Por seu turno, o director municipal da Promoção para o Desenvolvimento Económico e Integrado de Namacunde, afirmou que o projecto ajudou a criar sustentabilidade social nas comunidades.
Falando em representação da administradora municipal, falou da necessidade do surgimento de projectos do género na circunscrição, para abranger mais pessoas em situação de vulnerabilidade.
O projecto que teve a duração de um ano, teve um orçamento de 36 milhões de kwanzas, sendo 30 milhões disponibilizados pelo programa BFA Solidário e seis milhões co-patrocínio da organização não-governamental ADESPOV.
Lançado em Dezembro de 2018, o BFA Solidário é um Programa de responsabilidade social que tem como objectivo apoiar financeiramente actividades e projectos estratégicos de organizações que trabalham em prol das crianças.
A ADESPOV, fundada em 2000, é uma ONG angolana que presta assistência à população em condições de vulnerabilidade, actuando nas áreas educação para saúde, cidadania e governação local, agricultura, saneamento e na capacitação comunitária.
ANGOP