Ex-militares das tropas do Apartheid visitam áreas de combate no Cunene

Ondjiva – Ex-militares do batalhão 61 das tropas sul-africanas (Apartheid) realizam, desde segunda-feira, uma excursão turística à província do Cunene, com o propósito de visitar as antigas zonas de combate e outros locais históricos.

A caravana, composta por 38 integrantes oriundos de várias regiões da África do Sul, tem como foco principal visitar, até ao dia 12, a área de Oshivuva, actual município da Cafima, onde morreram 13 soldados durante uma missão em perseguição às tropas da Organização do Povo do Sudoeste Africano (SWAPO).

Em declarações à imprensa, o coordenador da caravana, Hindrew Whitalir, referiu que a comitiva, composta por ex-militares, descendentes e familiares, vai visitar algumas áreas de Ondjiva e dos municípios de Nehone e Cafima.

Disse que a acção tem como ponto focal a região de Oshivuva, no sentido de prestar homenagem aos colegas que se encontram sepultados no local, onde em 2022, colocaram um marco com os nomes das vítimas.

Lembrou que os factos  ocorreram no dia 10 de Junho de 1980.

Hindrew Whitalir fez saber que se trata da quarta vez que o grupo vem ao Cunene para reviver a história dos momentos difíceis do conflito.

Considerou o povo angolano bastante acolhedor e com uma vasta cultura, pelo que realçou a necessidade de maior flexibilidade nos trâmites migratórios a nível da fronteira.

Já o ex-militar Gerard Van Rooyen disse ser um momento de turismo de guerra para saber das antigas posições e cemitérios onde se encontram sepultados os seus compatriotas.

Acrescentou que a excursão turística visa sobretudo mostrar o respeito ao povo que ao longo deste período difícil de conflito armado esteve dividido.

Lembrou terem sido momentos, de conflito armado, bastante difíceis e considera um orgulho voltar a uma terra onde, durante a sua juventude, combateu e poder honrar a memória dos seus companheiros de batalha.

Entretanto, referiu que, a par de Ondjiva, Cahama e Cuito Cuanavale são as áreas de eleição da visita das tropas sul-africanas.

Por seu turno, o director do gabinete da Cultura e Turismo do Cunene, Isidro Ndahepele, considerou positiva a recepção dos turistas, o que demonstra o potencial  histórico-cultural da região.

Acrescentou ser uma acção que coloca Cunene no mapa das visitas de turistas internacionais, devido às grandes batalhas militares travadas nessa circunscrição.

Entretanto, fez saber que o gabinete dispõe de um plano já em execução para a promoção e maior divulgação dos locais de interesse, com a catalogação e criação do portal “Conheça o Cunene”, a fim de  atrair turistas.

De realçar que a província do Cunene, sobretudo a sua capital Ondjiva, foi palco da invasão do Apartheid (exercito racista da África do Sul), em Agosto de 1981, que obrigou a retirada da administração do Estado e refúgio da população, na povoação da Castanheira da Pêra (Huila). FI/LHE/ART

ANGOP

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