Talatona- As obras de construção da fábrica de processamento de alumínio, localizada no parque industrial do Dande, província do Bengo, avaliada em 1. 2 mil milhões de dólares norte-americanos, está em fase de conclusão anunciou, nesta quinta-feira, em Luanda, o Director Nacional da Indústria, Evaristo Baptista.
A infra-estrutura da fábrica de alumínio, cuja inauguração está prevista entre Outubro e Novembro do ano em curso, prevê exportar mais de 80 por cento da produção, o que permitirá gerar pelo menos 400 milhões de dólares/ano de divisas para o país, contribuindo para a criação de emprego, aumento de receitas fiscais e o desenvolvimento industrial de Angola com um efeito multiplicador para toda a economia.
Durante a sua intervenção na segunda edição do Industry Connection, evento que juntou empresários e membros do Governo, frisou que na primeira fase prevê-se contratar três mil e 500 postos de trabalhos directo, o que poderá torná-la na maior do tipo no continente africano.
“O projecto está alinhado com os esforços do Executivo para a redução da pobreza e o fortalecimento da indústria transformadora nacional”, afirmou.
No projecto da fábrica de alumínio será realizada toda a cadeia industrial, desde a bauxite a alumina, que, através do processo de electrólise, produzirá lingotes de ligas de alumínio, postes eléctricos, varas, chapas, rolos e vários produtos.
O encontro também serviu para reflectir sobre os “50 anos de independência – ganhos da inovação na produção, comércio e distribuição em Angola”.
Evaristo Baptista sublinhou que, no âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza, foram formadas cerca de 388 cooperativas de comercialização em províncias-piloto como Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Malanje, Benguela, Huambo e Bié.
As cooperativas têm contribuído para a dinamização do comércio agrícola no país.
Em termos de integração territorial e logística, falou da reabilitação de infra-estruturas estratégicas, como portos e linhas férreas, com destaque para o Corredor do Lobito.
Segundo ele, ao longo das últimas décadas, o país consolidou redes de grossistas e retalhistas, formalizou micro e pequenas empresas, e criou mais de 600 unidades industriais de médio e grande porte, além de mais de duas mil micro e pequenas empresas.
Alvarás comerciais e Indústrias agora vitalícias
Explicou que ainda no quadro das reformas do Estado, o Governo aprovou a vitalicidade das licenças comerciais e industriais. “Quem tratar agora, nunca mais terá que tratar novamente”, concluiu.
O presidente da Câmara de Comércio de Angola, Vicente Soares, salientou que a política de diversificação da economia tem dado um novo impulso à indústria transformadora, contribuindo para a geração de emprego e para o atendimento das necessidades da população.
“Apesar de ser intensiva em capital, a indústria transformadora não emprega muita mão-de-obra, mas é estratégica”, explicou.
De acordo com Vicente Soares, o país tem apostado também na agricultura, pescas e mineração, com impactos positivos na economia nacional.
A Câmara de Comércio conta actualmente com 1.026 associados, entre cooperativas e empresas, envolvendo até cinco mil membros.
Já o Country Manager da Cegid Angola e Moçambique, João Soares, frisou que a transformação digital é, hoje, uma obrigação para a indústria. “Muitos empresários ainda vêem a tecnologia como um custo, mas os investidores a reconhecem como uma aliada.
Advertiu que as empresas que não se digitalizam estão fora da competitividade global.
Estiveram no encontro mais de 100 participantes, entre representantes de empresas públicas, privadas e clientes, e serviu como uma plataforma de conexão entre a indústria e o sector tecnológico.
ANGOP