Inicialmente projectada para uma população de 500 mil habitantes, a província de Luanda está superpovoada. Fala-se em doze milhões de pessoas na região, espalhados pelos seus nove municípios: Icolo e Bengo, Quiçama, Cacuaco, Cazenga, Viana, Belas, Kilamba Kiaxi, Talatona e Luanda.
Devido à expansão urbana desordenada, o governador Manuel Gomes da Conceição Homem reconhece que o serviço público de limpeza e saneamento básico da província é ainda deficiente para garantir melhor qualidade de vida à população.
O presidente João Lourenço orientou os órgãos afins para resolver, o mais rápido possível, o problema de electrificação, distribuição de água potável e saneamento básico.
Lourenço atribuiu a derrota do MPLA na capital nas últimas eleições a deficiências em redes de alta e média tensão, que deixa a periferia às escuras, e falta de efectivação de ligações domiciliares. Por isso, orientou também a tais órgãos a construção, reabilitação e tratamento de rede de esgoto da capital do país.
O presidente não descartou, inclusive, a contratação de empresas internacionais, como o Grupo Casais, de Portugal, especializado no ramo da construção, imobiliário, ambiente, agricultura e serviços de oil & gás, que actua no país desde 1999, para avançar no serviço.
Preocupado, João Lourenço determinou abertura de um concurso limitado para a aquisição de equipamentos para a gestão do saneamento em Luanda, com um contrato avaliado em cerca de 17 mil milhões de kwanzas (18 milhões de euros). O objetivo é realizar ações para melhorar o saneamento básico, bem como limpeza e manutenção de linhas de água, valas de drenagem e encaminhamento final de águas residuais.
“Gostaria de ter uma Luanda realmente funcional por todos e para todos, com os serviços de saneamento básico melhorados, a distribuição da energia eléctrica e água potável, os serviços hospitalares, melhores escolas e áreas de lazer principalmente para crianças”, apelou a cidadã Jeovânia Matari recentemente ao Jornal de Angola.
“A questão do saneamento básico é um dos problemas que mais acomete a nossa capital, mas apesar disso é importante olhar-se para o resgate da essência da cidade”, acrescentou Cândida Costa.