FIDH pede investigação a violência pós-eleitoral em Moçambique

Maputo, (Lusa) – A organização não-governamental Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) pediu uma investigação “independente e imparcial” para garantir que os responsáveis pela violência pós-eleitoral em Moçambique sejam levados à justiça.

“Uma investigação independente e imparcial deve ser conduzida para estabelecer quem foi o responsável pela violência pós-eleitoral em Moçambique e para garantir que os responsáveis sejam levados à justiça”, disse a presidente da FIDH, Alice Mogwe, citada num relatório da ONG.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo candidato Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

“As eleições em Moçambique foram marcadas pela violência (…), Graves violações de direitos humanos foram cometidas, mas especialmente depois das eleições, conforme relatado por organizações da sociedade civil”, explica-se no documento.

A FIDH reitera que os números de mortes durante os protestos destacam o impacto “devastador” desse período de “extrema violência”.

“Onde as proteções dos direitos humanos foram severamente prejudicadas e muitas vidas foram brutalmente perdidas”, avança a entidade, que defende ainda reparações para as vítimas e famílias.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide, uma ONG moçambicana que acompanha os processos eleitorais.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

LYCE // CAD

Lusa/Fim

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