Mbanza Kongo – A embaixadora da França em Angola, Sophie Aubert, assegurou esta segunda-feira, em Mbanza Kongo, província do Zaire, que o seu país vai ajudar o Executivo angolano no resgate de algumas peças museológicas retiradas do Museu Regional do Reino do Kongo.
Ao falar à imprensa, no final de uma visita de 24 horas a Mbanza Kongo, a diplomata francesa disse ter encetado contactos com a direcção local do museu, para a elaboração de uma lista do acervo que se encontra desaparecido, para facilitar o trabalho de localização e consequente devolução à instituição museológica.
De acordo com Sophie Aubert, a sua deslocação à capital do antigo Reino do Kongo visa responder um pedido do Presidente da República, João Lourenço, aquando da sua visita a França, em Janeiro último, que solicitou um trabalho conjunto para ajudar na preservação, conservação e valorização do património histórico-cultural do Centro Histórico de Mbanza Kongo, elevado a Património Mundial da Humanidade, em Julho de 2017.
“Estamos aqui para ver como mobilizar as ferramentas que já temos no sector da arqueologia, uma cooperação que data de há muitos anos, para a restauração do acervo do Museu do Reino do Kongo”, avançou.
Referiu que durante um breve encontro com a direcção do Museu Regional do Reino do Kongo foi, também, abordada a possibilidade da digitalização de todo o património histórico-cultural desta instituição museológica para a sua melhor conservação e divulgação.
Durante a visita, a embaixadora, acompanhada pelo vice-governador do Zaire para o Sector Político, Social e Económico, Afonso Nzolameso, deslocou-se à antiga Sé Catedral (Kulumbimbi), ao Museu Regional do Reino do Kongo, Sungilu, à árvore milenar Yala Nkuwu, Tadi Dya Bukikwa, Túmulo da Dona Mpolo (mãe de um dos reis do Reino do Kongo enterrada viva por desobediência às leis da Corte) e ao busto de António Manuel Nsaku Ne Vunda, primeiro embaixador negro junto à Santa Sé.
Actualmente, o Museu Regional do Reino do Kongo ostenta apenas 96 acervos museológicos, que retratam a memória colectiva dos soberanos do antigo Reino do Kongo, das mais de quatro mil peças de que dispunha antes do conflito armado em Angola.
JL