Luanda – O Governo angolano prevê expandir, a partir deste ano, a malha ferroviária do país numa extensão de cerca de 1 200 quilómetros, interligando as redes Norte e Sul do caminho de ferro, informou esta terça-feira, em Luanda, o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu.
Segundo o governante, que falava à margem do 3º Ciclo Internacional de Conferências Técnicas Ferroviárias Angola-RAIL 2025, o plano passa por construir linhas férreas e requalificar outras no âmbito do projecto geoestratégico dos transportes e logística.
Considerou o sector ferroviário como factor importante para transformar e diversificar a economia do país.
De acordo com Ricardo de Abreu, estão em preparação projectos estruturantes como o novo traçado Zenza do Itombe/Cacuso, a ligação Luena/Saurimo e o corredor Norte e Sul que interliga o caminho de ferro nacional.
De igual modo, prepara-se a extensão do Caminho de Ferro de Moçâmedes para o Leste (Menongue) e ao Sul, para a República da Namíbia.
De acordo com o dirigente, nesta altura decorrem os preparativos para o lançamento do concurso público para a concessão do corredor Sul, contemplando toda a infra-estrutura ferroviária do Caminho de Ferros de Moçâmedes.
Para este efeito, disse, o Governo conta com o sector privado, cabendo ao Estado criar o ambiente legal e institucional propício para que esses investimentos tenham retorno para os investidores e a economia nacional.
Modernização tecnológica
Segundo Ricardo de Abreu, o Executivo definiu a modernização tecnológica do sector como um dos principais eixos para impulsionar esta área a partir das tecnologias de informação, com vista a garantir a segurança operacional das circulações, aumentar a eficiência dos serviços e da manutenção, bem como melhorar a capacidade de gestão em tempo real.
Adiantou ser uma das apostas, já em curso, a introdução de sistemas inteligentes de controlo, sinalização, bilhética, diagnóstico e resposta rápida que posicione o sistema ferroviário mais moderno, fiável e interconectado com outros modos de transporte.
Apontou igualmente o capital humano, que considera o principal activo.
“A prioridade é reforçar a formação técnica especializada, o intercâmbio com instituições internacionais e o desenvolvimento de carreiras profissionais dignificadas no sector”, afirmou, acrescentando que Angola está, passo-a-passo, a construir um novo paradigma ferroviário, mais moderno, abrangente, integrado e centrado nas pessoas.
Ciclo Internacional de Conferências Ferroviárias
O ministro considerou o 3º Ciclo Internacional de Conferências Técnicas Ferroviárias Angola- RAIL 2025 uma oportunidade sublime para os operadores do sector abordarem os desafios e as oportunidades deste segmento crítico para o desenvolvimento da economia do país e da diversificação em curso.
A decorrer até quarta-feira, na capital do país, o encontro reúne especialistas, gestores, técnicos de operadoras ferroviárias, da cadeia logística pública e privada, entidades governamentais e académicos, numa realização da Associação dos Técnicos Ferroviários de Angola (ATECFA).
O evento insere-se nas celebrações dos dias internacionais da Segurança nas Passagens de Nível e da Prevenção da Intrusão no Canal Ferroviário, ambos celebrados na primeira semana de Junho, bem como nas comemorações do 50º aniversário da independência nacional que o país assinala este ano.
No certame serão debatidos, entre outros, temas como as comunicações de segurança ferroviária, o papel da logística, mobilidade urbana Bungo-AIAAN, manutenção de infra-estrutura e de material circulante.
Os participantes vão igualmente abordar a questão da sinalização, das telecomunicações, integração modal dos transportes, formação profissional e parcerias público-privadas.
(ANGOP)
