Habitação em falta

Apesar de em torno de 300 mil famílias angolanas terem sido beneficiadas com a realização do sonho da casa própria, oferecida pelo Governo no âmbito do programa nacional de moradias, o país necessita de cerca de 4 milhões de residências para aliviar o déficit habitacional. O cálculo é do Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação.

O sonho da casa própria no país chegou a avançar com a construção de grandes condomínios de prédios residenciais, planejados e padronizados, conhecidos como centralidades. Originalmente, o então Gabinete de Reconstrução Nacional planejou a construção de 36 centralidades. Sempre com parceria chinesa.

No entanto, cerca de 57 mil (64%) do total de 88.924 habitações já construídas pelo Estado em 23 centralidades implantadas pelo país estão, neste momento, em situação de dívida com o Fundo de Fomento de Habitação, num valor estimado equivalente a 2,5 mil milhões de dólares (175 mil milhões de kwanzas ao câmbio de 70,00).

A vandalização é uma ocorrência que atinge a maior parte das centralidades (conjuntos habitacionais), sobretudo às que não estão sob gestão do Fundo de Fomento Habitacional.

Em janeiro de 2020, a reportagem do “Jornal de Angola” noticiou que na Centralidade da Marconi, no distrito do Hoji Ya Henda, no município do Cazenga, mais de 200 portas e 100 contadores de energia elétrica foram vandalizados. Num clima de tensão, os residentes admitiram ser difícil enfrentar os meliantes quase todos os dias, muito dos quais em posse de arma de fogo.

Falta de energia eléctrica na via pública e de policiamento, sobretudo às noites, favorecem o aumento da delinquência. O problema é tido ainda como “muito sério” e afeta, principalmente, cinco centralidades do país, nomeadamente, a de Kapari, as duas centralidades do Namibe, Lobito e Baia Farta (Benguela.)

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